Foto: Vitorya Paulo

Mais um passo foi dado para concretizar a revitalização do Assentamento 20 de Novembro, em Porto Alegre (RS). O plano que prevê o diagnóstico para definir as intervenções de sustentabilidade social na área foi assinado nesta terça-feira (5/6), na ocupação, que fica no 4º Distrito da Capital. O encontro contou com a presença de representantes do Sindicato dos Arquitetos no Estado do Rio Grande do Sul (Saergs), do Movimento Nacional de Luta pela Moradia (MNLM), do arquiteto e urbanista Márcio D’Ávila, que será o responsável técnico pela condução dos trabalhos, além de moradores do assentamento.

Por meio do projeto Morar Sustentável, iniciativa do Saergs com patrocínio do Conselho de Arquitetura e Urbanismo do RS (CAU/RS), serão feitos encontros com as 17 famílias que moram no local, para apresentar propostas sustentáveis viáveis e debatê-las. Também estão previstas vistorias e visitas técnicas para elaborar de forma conjunta o projeto final. Para a presidente do Sindicato, Maria Teresa Peres de Souza, o recurso disponibilizado pelo Conselho é uma das poucas alternativas existentes voltadas à assistência técnica e, por isso, é imprescindível aproveitar a oportunidade. “Ficamos muito contentes de poder participar e contribuir dentro do que é possível para o sindicato”, afirmou.

Para desenvolver o projeto em 45 dias, que é tempo estipulado pelo cronograma, a participação dos moradores é essencial, explicou Márcio D’Ávila, professor da disciplina de Fundamentos da Arquitetura Sustentável da PUCRS. “Esse é o papel social do arquiteto. Sempre me envolvi com esse tema, e chega um momento que os nossos caminhos se cruzam”, pontuou, referindo-se aos profissionais e aos atores sociais da luta pela moradia. O método de trabalho, explica ele, visa abranger os contextos sociais, econômicos e ambientais dos moradores do assentamento, que construirão conjuntamente as estratégias do projeto.

De acordo com a beneficiária e coordenadora do MNLM, Ceniriani Vargas da Silva, as expectativas para o início das obras de revitalização do assentamento são grandes. “Não é só um projeto arquitetônico ou de sustentabilidade ambiental. É uma luta de muitos anos”, disse Ceniriani, que destacou o contexto político que o país está vivendo, o que torna a conquista ainda mais significativa. “A gente fica muito satisfeito de ter uma equipe técnica pra concretizar o nosso sonho”, finalizou.

Foto: Vitorya Paulo

Texto: Vitorya Paulo – Imprensa FNA