O primeiro dia do Fórum Estadual do Patrimônio Cultural, que ocorre até amanhã na cidade de Osório, no litoral gaúcho, trouxe à tona grandes discussões e debates sobre políticas de preservação do patrimônio histórico. O encontro reuniu, em uma mesma direção, representantes do poder público municipal, entidades de arquitetura e urbanismo, profissionais de áreas afins, universidades e comunidade, e deve resultar em demandas que podem chegar ao Poder Público.
A arquiteta e urbanista Juliana Betemps, integrante da diretoria executiva da Federação Nacional dos Arquitetos e Urbanistas (FNA) participou da mesa de abertura do evento e destacou o papel da entidade na luta pelas políticas públicas que envolvem a arquitetura e o urbanismo. “A federação tem um papel fundamental no apoio às políticas em prol do patrimônio, bem como na luta pela habitação social e por outras políticas públicas que envolvam a nossa atividade”, destacou.
O presidente do Conselho Estadual de Cultura do Rio Grande do Sul (CEC RS), Marco Aurélio Alves, definiu o fórum como “singular na história do patrimônio cultural do Rio Grande do Sul” e lembrou que o momento acontece 30 anos após a realização do último evento da área no Estado. “ Tratamos de alicerçar uma proposta de política pública para levar à Assembleia Legislativa após passarmos pelo Congresso Estadual de Cultura, que acontece em Bento Gonçalves, de 15 a 17 de maio deste ano”.. Alves lembou também que, embora o foco do encontro seja o patrimônio histórico do RS, não contou com apoio do governo estadual. “É importante que se diga: não tem um real custeado pelo Estado. Todas as entidades parceiras custearam o evento, com alimentação, hospedagem, material gráfico, transporte dos palestrantes, etc”.
As palestras do dia foram abertas pelo professor da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), Dr. Leonardo Castriota, que abordou as alterações na noção de patrimônio nos últimos tempos. A primeira mesa redonda do dia tratou sobre patrimônios emergentes, como os provenientes das periferias, por exemplo. A tarde foi reservada para visita à Exposição de Projetos de Educação Patrimonial e à segunda mesa redonda da programação, que teve como tema a relação entre a sociedade civil e o patrimônio. A terceira mesa de discussão abordou os inventários de patrimônio cultural e a importância da sua identificação, preservação e desenvolvimento.
A programação prevista para esta terça-feira (1º/5) começa às 9h com mesa redonda sobre conservação e restauro. Os temas abordados serão ciência da conservação em acervos museológicos, teorias da conservação e restauro e reabilitação de imóveis históricos. As 10h30, começará mesa de debates sobre financiamento ao restauro do patrimônio histórico, que contará com apresentação da arquiteta e urbanista Juliana Betemps (FNA) sobre o projeto Banco Pelotense do Vale do Caí, o primeiro restauro financiado via Fundo de Apoio à Cultura (FAC) no RS. O encerramento das atividades está previsto para as 18h após visita ao patrimônio cultural de Osório.
Foto: Cris Hauber