As entidades nacionais que compõem o Colegiado das Entidades Nacionais de Arquitetura e Urbanismo (CEAU) do Conselho de Arquitetura e Urbanismo cobraram a implementação dos CEAUs estaduais como prevê na lei 12378/2010, que criou o CAU. O tema foi alvo de debates do 1º Encontro Nacional do CEAU, realizado em Porto Alegre (RS) na tarde desta quarta-feira (9/10) no Centro Cultural Érico Veríssimo. Durante a evento, que reuniu arquitetos e urbanistas de diversas entidades de Sul a Norte do Brasil, criticou-se a falta de incentivo dos CAUs/UF à criação dos colegiados em alguns estados e em relação às sessões do CEAU.
Segundo o presidente da FNA, Cicero Alvarez, a existência do CEAU e a participação das entidades permite estabelecer um debate ramificado e que permite, inclusive, um aprofundado com a base da profissão de maneira a que as ações do CAU sejam direcionadas para questões essenciais para a categoria. “É preciso retirar as amarras que engessam a criação e a participação das entidades nos CEAUs dos estados porque ele é o colegiado para debate de questões essenciais”, frisou. Durante o encontro, também foi abordada a forma como os recursos do CAU são aportados em prol das entidades, no fomento às agendas do CEAU e ao futuro da profissão de arquiteto e urbanista. Cicero Alvarez questionou a postura de muitos dirigentes que assumem o conselho com objetivos alheios à natureza da autarquia. “Acaba-se criando uma competição desleal com as entidades, o que, no futuro, pode gerar problemas para o próprio conselho no médio e longo prazo”.
As lideranças pediram apoio para viabilizar uma maior participação nas reuniões. Aspecto destacado com ênfase pela diretora da Fenea Beatriz Vicentin Gonçalves ao relatar que a federação não tem caixa para custear passagens e hospedagem para atender a todos os pedidos recebidos para reuniões do CEAU. Por outro lado, alguns colegiados de estados não vêm aceitando representantes ligados aos Centros Acadêmicos locais, limitando a participação à diretoria executiva da Fenea. “É difícil ter espaço porque muitas vezes nos veem apenas como estudantes”. E foi além ao destacar a relevância dessa participação para os jovens profissionais. “São esses estudantes que, no futuro, irão compor as entidades. Se, desde o início, a gente se insere no debate, maior a chance de obtermos resultados efetivos quando entrarmos nas entidades porque já saberemos o que está por vir”.
Em uma manifestação incisiva, o presidente do IAB, Nivaldo Andrade, reforçou que cada entidade cumpre seu papel dentro das lutas da Arquitetura e Urbanismo e que, constantemente, buscam-se ações conjuntas. Contudo, confirmou que, em vários estados, o CEAU não funciona. Por outro lado, o presidente da Asbea, Paulo Machado Lisboa Filho, lembrou que a adoção de encontros itinerantes vem ajudando a estreitar a comunicação entre as entidades do país.
Respondendo a críticas e a pedidos de que o CAU/BR forneça diretrizes aos conselhos estaduais sobre a composição dos diferentes CEAUs, o presidente do CAU/BR, Luciano Guimarães, pontuou que burocracia é uma obrigação em função de o conselho ser uma autarquia pública que presta contas ao governo. Contudo, completou admitindo que “burocracia burra é um desperdício”. E sugeriu que o grupo elabore normas para reger de forma clara e objetiva a regulação do colegiado.
A tarde de trabalhou foi conduzida pela coordenadora do CEAU e presidente da ABAP, Luciana Schenk. Ao agradecer a presença de todos, ela reverenciou a participação expressiva de delegação de Santa Catarina e concluiu conclamando pela união do trabalho das instituições ali representadas. “Somos diferentes e aqui pensamos uns diferentes dos outros. Mas temos que trabalhar unidos, para que existam sinergias nos estados e que, juntos, possamos construir um futuro diferente para a profissão”.