Para fechar o mês de setembro, a Federação Nacional dos Arquitetos e Urbanistas (FNA) traz para o debate um assunto que está diretamente relacionado a episódios de transtornos psíquicos variados, baixo rendimento na carreira e, em alguns casos, às estatísticas de suicídio. Para dar luz a questões importantes que envolvem o tema, a Live FNA#11, que acontece no dia 30/9, a partir das 19h, vai tratar do ‘Assédio moral nas relações de trabalho: questões de saúde e jurídicas’, em debate com transmissão ao vivo pelo canal do YouTube da FNA.
Dessa vez, os especialistas convidados são o presidente da Federação Nacional das Associações de Pessoal da Caixa (Fenae), Sergio Takemoto, a professora e Assistente Social na Faculdade de Saúde Pública da USP, Ariana Celis, e a presidente da FNA, arquiteta e urbanista Eleonora Mascia. “O combate a qualquer tipo de assédio precisa ser realizado dentro de uma agenda pelo trabalho decente e condições que considerem equidade no tratamento profissional, inclusive nos aspectos de remuneração e oportunidades de crescimento”, destacou Eleonora, que vai mediar o debate online.
Eleonora levará dados do 1º Diagnóstico de “Gênero na Arquitetura e Urbanismo”, realizado neste ano pela Comissão Temporária de Equidade de Gênero do CAU/BR. O levantamento, que ouviu 987 profissionais, sendo 767 mulheres e 208 homens, realizou um recorte racial relacionado a tipos de assédio (sexual e moral); violência sexual e discriminação de gênero no trabalho, revelando a maior inequidade de todo o diagnóstico: 59% das mulheres negras entrevistadas declararam sofrer discriminação de gênero, contra 8% dos homens brancos; 47% delas foram assediadas moralmente e 21% enfrentaram o assédio sexual, que “é qualquer ato sexual ou tentativa de obtenção de ato sexual por violência ou coerção, comentários ou investidas sexuais indesejadas”.
De acordo com Ariana, o mundo do trabalho tem se modificado bastante e, com ele, as formas de violência no ambiente laboral também assumem novas configurações. “O assédio moral, muitas vezes velado, tem nova roupagem, mas segue com a mesma estrutura: a humilhação e o constrangimento. Os trabalhadores que vivenciam esse processo podem ter rebatimentos tanto na saúde mental como na saúde física e as empresas problemas na produção. Dessa forma é imprescindível debater, identificar e combater esse mal”, destacou a especialista.
Chamando a atenção para o viés do Setembro Amarelo, o presidente da Fenae lembra que dos cerca dos 12 mil suicídios que ocorrem todos os anos no Brasil, cerca de 96,8% dos casos estão relacionados a transtornos mentais. Em primeiro lugar está a depressão, muitas vezes ligada a questões decorrentes do ambiente de trabalho. “E a melhor prevenção é sempre falar sobre isso”, pontua.
Para participar da Live #11 da FNA, basta inscrever-se no canal da FNA no YouTube clicando aqui.