Em março desse ano, o salário mínimo necessário para a manutenção de uma família de quatro pessoas deveria equivaler a R$ 6.394,76, ou 5,28 vezes o atual de R$ 1.212,00. Em fevereiro, o valor necessário era de R$ 6.012, ou 4,96 vezes o piso mínimo. Isso porque o valor do conjunto dos alimentos básicos aumentou em todas as capitais. As altas mais expressivas ocorreram no Rio de Janeiro (7,65%), em Curitiba (7,46%), São Paulo (6,36%) e Campo Grande (5,51%) e a menor variação foi registrada em Salvador (1,46%). Os dados são do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese).
A estimativa é feita com base na cesta básica mais cara, que, em março, foi a de São Paulo (R$ 761,19). A determinação constitucional estabelece que salário mínimo deve ser suficiente para suprir as despesas de um trabalhador e da família com alimentação, moradia, saúde, educação, vestuário, higiene, transporte, lazer e previdência.
O estudo aponta, ainda, que quando se compara o custo da cesta e o salário mínimo líquido, o trabalhador remunerado pelo piso nacional compromete em média 58,57% do rendimento para adquirir os produtos base. Mais do que em fevereiro, quando o percentual foi de 56,11%. Em março de 2021, quando o salário mínimo era de R$ 1.100,00, o percentual ficou em 53,71%.
Entre os alimentos, o preço do feijão, óleo de soja, pão francês e farinha de mandioca aumentaram em todas as capitais. Já o quilo do tomate apresentou alta em 16 capitais, exceto em Aracaju. O açúcar subiu em 15 capitais, não variou em Brasília e diminuiu em Vitória; o leite integral registrou elevação de preços em 16 cidades e a manteiga aumentou em 15 capitais.
Em março de 2022, o tempo médio necessário para adquirir os produtos da cesta básica foi de 119 horas e 11 minutos, maior do que o registrado em fevereiro, de 114 horas e 11 minutos. Para se ter uma ideia, em março do ano passado, a jornada necessária foi calculada em 109 horas e 18 minutos. Ou seja, atualmente um trabalhador precisa trabalhar 10 horas a mais para comprar uma mesma cesta de alimentos em relação há um ano atrás.
Foto: Marcello Casal/ Agência Brasil