Hospitais, cadeiras, casas, edifícios, monumentos, jardins, projetos urbanos e muito mais. Tudo isso pode surgir a partir do desenho de um arquiteto. O profissional usará em seu projeto técnicas de conforto e de construção e conceitos artísticos.
Para Ciro Pirondi, diretor da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da Escola da Cidade, a tarefa do arquiteto é colocar no papel o resultado das discussões relacionadas a um determinado projeto arquitetônico.
Para realizar o plano de urbanização de uma região, por exemplo, reúnem-se geólogos, economistas, sociólogos e engenheiros, entre outros profissionais. Eles apresentam seus pareceres sobre o solo e sua inclinação, sobre a disponibilidade de recursos e de materiais e sobre o impacto social e ecológico das obras. Mas é ao arquiteto que cabe transformar em desenho o que foi discutido.
“O arquiteto possui uma formação humanista e técnica”, afirma Pirondi. O aluno estudará, por exemplo, história (universal, brasileira, da arquitetura e do urbanismo) e matérias de tecnologia construtiva, que abordam questões como o conforto das habitações e a harmonização da obra com fatores ambientais, como a incidência de luz solar na região.
Segundo Geraldo Sá Nogueira Batista, diretor da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da UnB, a área de arquitetura está sofrendo mudanças. “Há 20 anos, não se imaginaria uma especialização para o arquiteto. Mas hoje a área vem ensaiando algo nesse sentido.”
Ele afirma que o surgimento de instituições como a Associação Brasileira de Arquitetos Paisagistas é um sinal disso. Nesse campo, preparam-se desde projetos para a proteção de áreas naturais até o desenho de espaços livres em áreas rurais e urbanas.
Outros campos tendem a especializar-se. É o que vem ocorrendo com a arquitetura de interiores, ramo responsável pela reforma, pela construção e pela ambientação do lado interno de um imóvel. O profissional da área busca promover o conforto ou dar uma característica particular a empresas e a moradias.
Também há arquitetos que estudam a luminotecnia, nome dado às técnicas de iluminação de espaços, que podem ser utilizadas, por exemplo, na montagem de shows e de mostras de artes.
Fora do campo tradicional da carreira, ligado à construção civil e aos projetos urbanos, o arquiteto pode atuar em cenografia, tornando-se responsável pela criação de cenários de novela ou de filme, por exemplo.
O arquiteto ainda pode dedicar-se à elaboração de sites, pois, apesar de não ter conhecimentos profundos em informática, tem aptidão para organizar na tela as imagens e as ferramentas que facilitam a utilização da página e a tornam atrativa.