Os arquitetos e engenheiros da Prefeitura Municipal de Parnamirim (RN) estão em greve desde o dia 31 de janeiro de 2011. A principal reivindicação deles é a adoção no município do piso salarial nacional dessas categorias, que é de R$ 3800,00 por uma jornada de trabalho de 30 horas semanais. Hoje, os salários pagos pela prefeitura aos profissionais da área tecnológica giram em torno de R$ 1200,00 – o que está bem abaixo do valor do piso nacional.

        Segundo André Souza, presidente do Sindicato dos Arquitetos do Rio Grande do Norte (Sinarq-RN), desde o início do processo de negociação salarial a prefeitura demonstrou uma atitude descomprometida com relação às reivindicações apresentadas pelos servidores: “o prefeito não quer fazer proposta salarial oficial e documentada, apenas oferecendo a sua palavra como garantia, e só pretende aumentar salários quando puder atender a todos os profissionais de nível superior do município. Já fizemos solicitação via ofício de nova reunião com ele, mas não recebemos resposta oficial ainda. Apesar disso, continuamos firmes na tentativa de ver mudanças, até porque o aumento salarial destes funcionários representa pouco para o município, que é um dos que mais arrecadam impostos e recebem verbas no Rio Grande do Norte.”

        Se falta à prefeitura disposição para negociar com os servidores grevistas, por outro lado parece que sobra truculência no trato da questão. André Souza afirma que, com o intuito de desarticular a greve, o município chegou a cortar o ponto dos funcionários. No entanto, os salários continuaram sendo pagos graças a uma decisão judicial. Agora, a prefeitura entrou com um recurso – que aguarda julgamento – para que a justiça declare a ilegalidade da greve.

        Ainda é difícil prever qual será o desfecho final da greve em Parnamirim. De qualquer maneira, a FNA e o Sinarq-RN evidentemente têm lado nessa disputa. Por isso, já contratamos uma assessoria jurídica para a defesa dos trabalhadores grevistas de Parnamirim e ainda faremos todos os esforços que estiverem ao nosso alcance para que eles tenham suas reivindicações atendidas.