O Sindicato dos Arquitetos no Estado de São Paulo (SASP) inaugura no próximo dia 12 de março, às 19 horas, a exposição “InterArtes 2013 – Artistas Portugueses no Brasil”.

 

A mostra contará com 40 obras de quatro artistas plásticos portugueses com significativa vivência profissional: Gama Diniz, Sônia Santos, Fátima Spínola e Carlos Reys.

 

Técnica apurada e sólidas proposições conceituais, além de formas instigantes e representativas do atual cenário das artes plásticas em Portugal, em particular de Coimbra, polo histórico e cultural do país, prometem atrair um público amplo e diversificado de artistas, colecionadores e admiradores.

 

A “Interartes 2013 – Artistas Portugueses no Brasil” é uma parceria do SASP com o Gabinete de Arte Djanira Costa, arquiteta e urbanista brasileira, radicada em São Pedro de Moel, Portugal, e faz parte do Projeto InterArtes, que tem como objetivo proporcionar o intercâmbio entre artistas plásticos de diferentes nações e, assim, evidenciar as particularidades culturais, conceituações e propostas de cada um, bem como as diversas linguagens artísticas e técnicas.

 

Segundo a curadora da mostra, Djanira Costa, “a proposta é que a exposição seja uma grande vitrine, em que as obras e os artistas que se apresentarem no Brasil tenham visibilidade e interajam com o público”.

 

A mostra terá destaque especial, pois será a primeira exposição do Espaço Arquiteto, uma ampliação da sede administrativa do SASP, situada à Vila dos Ingleses, centro de São Paulo.

 

 Exposição InterArtes 213 – Artistas Portugueses no Brasil”

Vernissage: 12 de março (terça-feira), a partir das 19 horas.

Local: SASP – Sindicato dos Arquitetos do Estado de São Paulo.

Endereço: Rua Mauá, 836 – Casa 29 – São Paulo – Centro.

 

Exposição aberta de 13 de março a 12 de abril,

de segunda à sexta-feira, das 9h às 20h.

Entrada gratuita

 

Sobre a curadora:

Natural de São Gonçalo, Rio de Janeiro, Brasil, Djanira Costa é graduada em Arquiteta e Urbanismo pela UFRJ-Universidade Federal do Rio de Janeiro. Iniciou-se, ainda na Universidade, nas Artes Plásticas, através do desenho e da cerâmica, e, em viagem a Portugal, redescobriu seu gosto pela pintura, a ela dedicando-se intensamente e estabelecendo um elo entre sentimento e movimento, em especial através de aquarelas de matizes variadas e ibrantes, de ricas texturas e de uma identidade peculiar. Em São Pedro de Moel, Portugal, estabeleceu-se no Gabinete de Arte Djanira Costa, onde tem desenvolvido projetos diversos e ministrado cursos e workshops de desenho, pintura e artesanato, bem como promovido exitosas mostras e exposições de artistas plásticos portugueses, em especial da região de Coimbra, importante polo cultural lusitano. Com o objetivo de ampliar horizontes e alcances, e de promover inter-relações mais amplas entre as diferentes matizes culturais brasileiras e portuguesas, estruturou o Projeto InterArtes, embasado na perspectiva dos possíveis – e potencialmente ricos – diálogos e intercâmbios entre artistas, colecionadores e admiradores das Artes Plásticas, em ambos os países. Em 2013, esse projeto realiza seu primeiro voo: a exposição “InterArtes 2013 – Artistas portugueses no Brasil”, a se realizar no Espaço Arquiteto do SASP Sindicato dos Arquitetos no Estado de São Paulo, levando ao Brasil o capaz, talentoso e rico trabalho desenvolvido por quatro artistas portugueses. A sequência desse primeiro voo será a presença, em Portugal, também em 2013, de artistas brasileiros, que levarão à pátria-mãe uma amostra significativa da vitalidade, ousadia e riqueza das artes plásticas da Terra Brasilis contemporânea.

 

 

Os artistas

Natural de Lisboa, Gama Diniz (1938) trabalhou como pintor de cerâmica nas Caldas da Rainha (1956-1960), onde assimilou, com vários mestres, técnicas de pintura em cerâmica. Nos anos 60 trabalhou como decorador artístico na indústria de cerâmica, em empresas da região de Alcobaça e Valado dos Frades. Em 1971 iniciou sua colaboração como Designer na indústria vidreira de Marinha Grande, dedicando-se com grande sucesso à criação artística e à exploração de um novo conceito de estética, na forma de encarar o ato criativo e inovador da arte do vidro. Artista multifacetado e pintor impressionista de sólida formação humanista e intelectual é mestre na arte de aprender o gesto, a expressão, a rudez bucólica do camponês ou a dureza do operário, tratando a criação como momento mítico e a relação do homem com seu elemento natural, como um ato demiúrgico. Senhor de um currículo vasto, representado em vários museus e importantes coleções particulares, compraz-se em alargar horizontes e derrubar fronteiras, numa diáspora contínua em busca de novos valores éticos e artísticos, revelando-se hoje um artista maduro e consagrado.

 

 

Carlos Reyes (1937) é natural da Figueira da Foz, Portugal, onde iniciou os seus estudos e despertou o gosto pelo desenho. Desde cedo começou a dedicar-se às Artes Plásticas e, a partir dos anos 60, iniciou a sua participação em manifestações culturais na região, através da ilustração de poesias. Frequentou os cursos de Formação Artística da Sociedade Nacional de Belas Artes de Lisboa e procura identificar-se no estudo da Estética e da História da Arte. Licenciado em “Design” Industrial pelo ISDOM (Universidade Lusófona), está há vários anos radicado na Marinha Grande como “designer”, dirigindo o seu próprio Gabinete de Projetos. Aprofundando o desenho como meio de expressão, de temperamento inovador na distorção da forma natural dos elementos, Carlos Reys procura novos estilos, novas formas, – na busca do momento de viragem entre o figurativo e o abstrato – impondo um certo realismo que é apreciado pela sua originalidade. Para o crítico de Arte Emmanuel Correia, “Carlos Reys deixa-se envolver pela certeza da forma e abstração da cor e, nesse envolvimento feliz, impõe uma visão diferente… que é a sua, na nobreza da criação estética”.

 

 

Também natural de Figueira da Foz, Sonia Santos (1977) é licenciada em Artes Plásticas pela Escola Superior de Arte e Design e Bacharel em Pintura pela Escola Superior de Tecnologia, Gestão, Arte e Design, ambas as escolas em Caldas da Rainha. Realizou diversas exposições em Portugal, Espanha, França e Alemanha e desenvolve seus trabalhos em atelier na cidade de Marinha Grande. Buscar a perseverança, observação, calma, reflexão, pesquisa incessante de conhecimentos, materiais, técnicas e conceitos, que melhor se enquadrem em suas intenções artísticas é uma constante no desenvolvimento do seu trabalho. Nele, explora as relações entre a pintura e o desenho, numa estreita relação entre os procedimentos e a formulação intrínseca a cada uma destas áreas de produção. As problemáticas contemporâneas encontram-se refletidas, olhadas, sentidas para um melhor estar do Eu no universo livre que lhe habita, rompendo as correntes invisíveis colocadas pela sociedade que teima em fazer-se habitar. Contudo, os bombardeamentos sofridos não invadem o seu território singular. Abrindo portas a outros artistas, inaugurou em 2012 a Galeria Casco, na cidade de Marinha Grande, projeto há muito desejado, que nasceu associado à Ortattoo, um espaço aberto à cultura e a novas experiências. “É um modo de ver, passado para o suporte através da linguagem adquirida em criança, criança que reclama ainda não ter nascido, que sonha por ter morrido”. É assim a sua vida: “levo o que trago e trago o que levo”.

Natural da Ilha da Madeira, Fátima Spínola (1984) é licenciada e pós-graduada em Pintura pela Faculdade de Belas Artes da Universidade de Lisboa. Marcam sua formação as problemáticas sociais, políticas, econômicas, religiosas e ambientais, consequências do contexto geográfico e familiar de origem, assim como a interação, na infância, com o espaço rural: as construções com terra, com matérias da fazenda (canas, árvores, troços de couves, ervas), a curiosidade por espaços abandonados e escusos, a plena liberdade e segurança, que permitiam horas de brincadeira sem a vigilância dos mais velhos, a definição de espaços através da imaginação. Lisboa, aos dezoito anos, foi o confronto com uma realidade mais urbana, com o seu “eu” e com uma aprendizagem da arte numa perspectiva conceitual. Começou aí a definição, através das artes plásticas, de uma linguagem própria mais consciente. As construções da infância deram lugar à instalação, à pintura, ao desenho e à gravura, questionando e refletindo sobre todas essas problemáticas. Tem como foco em seu trabalho uma investigação contínua através da pintura, do desenho, da instalação e da gravura, privilegiando materiais que metaforizem a atual precariedade da arte e debruçando-se sobre temáticas implícitas aos próprios meios artísticos. Participa na Ilha da Madeira, como artista plástica e cogestora, do “Colectivo artístico Mad Space Invaders”, um grupo com cerca de quarenta profissionais atuantes nas áreas das artes plásticas, música, literatura e design, desenvolvendo intervenções em espaços inutilizados ou degradados, e é cogestora do “Projecto 116”, que promove e realiza manifestações artísticas alternativas nacionais e internacionais. Realizou diversas exposições em Portugal e Espanha.