A Comissão de Trabalho, Legislação Social e Seguridade Social da Assembleia Legislativa do Rio (Alerj) questionou as obras da Transolímpica, corredor expresso que ligará a Barra da Tijuca, Zona Oeste da capital, a Deodoro, na Zona Norte.  Para o presidente da comissão, deputado Paulo Ramos (PSol-RJ), é necessário ouvir os envolvidos e a obra precisa beneficiar a população. “Nós estamos acompanhando essa questão porque a impressão que a gente tem é que o planejamento foi feito numa planta, mas fizeram o traçado e depois foram ver o que estava englobado naquilo. Então tem escolas, igrejas, e áreas com proteção ambiental”, apontou.

A Defensoria Pública do Estado também está acompanhando o planejamento das obras para que as desapropriações a serem feitas causem o menor número de danos possíveis à população. De acordo com o coordenador do Núcleo de Terras da Defensoria, Bernardo de Castro Marcos Dias, já houve, inclusive, uma reunião com o prefeito Eduardo Paes, para debater o tema. Dias afirmou que o número de desapropriações em Magalhães Bastos não é alto, o que faz com que o projeto “não seja tão ruim”.  “Estamos acompanhando para ter o devido processo legal, que as famílias sejam indenizadas de forma justa, como manda a lei. Em termos de moradia o projeto nem é tão ruim, porque não atinge muito as moradias. Temos que ver como será essa execução, se o direito dessas pessoas atingidas em Magalhães Bastos será respeitado”, disse. Ele também afirmou que as obras atingem outras áreas além de Magalhães Bastos, que envolvem outras desapropriações, como a região de Curicica. Essas ainda estão sendo estudadas pela Defensoria.

 

Outro questionamento da população e dos órgãos responsáveis é o desmatamento da Mata Atlântica envolvido no projeto. Coordenador do setor de estudos ambientais do Instituto Estadual do Ambiente (Inea), Luiz Heckmaier afirmou que eles estão pedindo uma compensação de 40 hectares de área desmatada. “Serão aproximadamente 30 hectares de Mata Atlântica desmatadas. Estamos pedindo uma compensação ambiental no valor de 40 hectares, bem acima do necessário, que seria replantado dentro do Parque Estadual da Pedra Branca. O desmatamento é um impacto necessário para se realizar a obra, mas a mata será replantada em outro local”, disse, afirmando que o Inea está “buscando o equilíbrio”.