Servidores municipais especialistas em desenvolvimento urbano de São Paulo – arquitetos, engenheiros e geólogos – e profissionais da saúde paralisaram as atividades hoje (27) para protestar pela valorização dos salários dos profissionais com nível universitário. Cerca de 70% da categoria aderiu, segundo representantes dos sindicatos dos trabalhadores. Após ato realizado em frente à prefeitura, eles foram recebidos pela secretária do Planejamento, Orçamento e Gestão, Leda Paulani, e pelo assessor e coordenador da mesa de negociação, Christy Ganzert Pato.
Os trabalhadores estão há quatro meses em negociação e não aceitam a sugestão do órgão municipal para alterar a forma de remuneração para subsídios, como propõe a atual gestão. Eles reivindicam reestruturação no plano de carreiras, piso de 8,5 salários mínimos e recomposição das perdas salariais, estimadas em 40% – de 2007 a 2012.
“A solução ideal seria recompor as perdas a que vocês se referem, reajustar os salários e em paralelo trabalhar com o subsídio para os novos trabalhadores. Mas a prefeitura não tem a menor condição financeira para fazer isso”, afirma Leda Paulani.
Com a alteração para subsídios, os trabalhadores teriam incorporados aos seus salários as gratificações do funcionalismo público, como o quinquênio e a sexta-parte (valor adicional pago após 20 anos de trabalho).
“Neste momento, não podemos fechar qualquer proposta que mude a estrutura de pagamento. Vamos continuar a negociação e vamos à Câmara Municipal, para fazer uma discussão da revisão geral do ano que vem, durante a audiência pública da lei orçamentária”, afirma o secretário de Educação do Sindicato dos Servidores Municipais de São Paulo (Sindsep), Sérgio Antiqueira.
Para os trabalhadores, a proposta oferecida pelo governo municipal proporciona conceitos que diferenciam os servidores, valorizando os mais novos e deixando os mais antigos com reajustes menores. Segundo os sindicalistas, a alteração para subsídios pode representar o congelamento dos salários do pessoal com mais tempo de casa, até o final da gestão, em 2016. Eles propõem a suspensão da proposta, continuidade das negociações para recomposição salarial e legislação com compromisso de datas para reajustes. “Queremos colocar uma ordem na negociação, porque não está havendo. Precisamos de uma previsão para reajustes como tem qualquer outro trabalhador”, afirma o assessor do Sindicato dos Engenheiros do Estado de São Paulo Carlos Hannickel.
Segundo a secretária, o maior problema estrutural da prefeitura é a escassez de recursos humanos. “Queremos aplicar o regime de subsídios somente para os novos concursos, deixando como opcional para os trabalhadores atuais. Nesse caso, para quem não optar pelo subsídio existe uma mesa de negociação permanente disposta a analisar qualquer proposta que vocês nos trouxerem. Mas não temos condições de dar essa resposta agora. A única coisa que posso dizer é que estamos abertos a discutir”.
Segundo o delegado sindical Sérgio Souza, do Sindicato dos Engenheiros, a categoria vai pressionar. “Não descartamos a ideia de iniciar greve por tempo indeterminado.”