As entidades organizadoras da Oficina Assistência Técnica e Direito à Cidade, após debater durante 2 sessões temas muito importantes para o acesso ao direito à moradia e à cidade, vêm reafirmar que é fundamental apoiar a luta dos moradores para conquistar esses direitos.

            Direitos estes que, embora já conquistados em lei, não fazem parte das políticas governamentais. Os moradores das favelas, dos loteamentos e do povo pobre em geral desta cidade “maravilhosa” vêm sendo desrespeitados e, porque não dizer, violentados na sua condição humana de serem cidadãos, e principalmente, na sua condição de cidadãos organizados em comunidades. Estão cada vez mais visíveis os laços estreitos entre os nossos governos locais, o capital imobiliário e da mídia travando uma quase guerra contra os injustiçados desta cidade.

            Dois casos – as comunidades do Autódromo e do Horto – que já se tornaram símbolos dessa luta pela moradia e pelo direito à cidade; que foram lembrados em várias sessões da Oficina  merecem todo o nosso apoio e engajamento político.

            O exemplo de mobilização e organização da própria comunidade e da estratégia vitoriosa do envolvimento das redes da sociedade organizada, de movimentos, entidades profissionais, parlamentares e de lideranças em geral está mostrando que ainda é possível alcançar a vitória.

           A universidade – Universidade Federal Fluminense (UFF) e Instituto de Pesquisa e Planejamento Urbano e Regional (IPPUR) da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) – colocando em prática a proposta de assessoria técnica, em parceria com a Comunidade do Autódromo, na elaboração conjunta do projeto popular de urbanização e legalização, demonstra que é possível construir cidade com qualidade de vida, de forma participativa e, principalmente, respeitando o protagonismo das lideranças locais.

            Defensoras públicas demonstraram, na defesa da Comunidade do Autódromo, que uma instituição pública pode e deve defender a população desrespeitada nos seus direitos básicos, e mais uma vez os donos do poder podaram, de forma violenta, a função que lhe é inerente. Eles querem continuar apostando na descrença generalizada dos moradores desta cidade, principalmente, na potencialidade da luta do povo organizado.

            A luta ambiental  que é muito importante para a humanidade, em nossa cidade é revestida de interesses econômicos espúrios e consegue colocar em segundo ou em último plano uma comunidade inteira – do Horto – desrespeitando direitos básicos e constitucionais.

Enquanto existir mobilização e organização popular não se pode perder a esperança!