A Superintendência do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN) em Goiás abriu licitação na modalidade tomada de preço para executar obra de conservação do Museu de Arte Sacra da Boa Morte, na Cidade de Goiás. A entrega das propostas será nesta terça-feira (18 de novembro), às 9h30, na sede do IPHAN-GO, em Goiânia (rua 84 nº 61 – Setor Sul). As empresas concorrentes ao edital, no valor de R$ 500 mil, precisam comprovar experiência prévia em obras de restauro. Segundo a arquiteta e urbanista coordenadora técnica do IPHAN em Goiás, Beatriz Otto de Santana, a ideia é iniciar os trabalhos no começo de dezembro.

 

Construída em 1779, a Igreja da Boa Morte fica no município de Goiás. Foi tombada individualmente pelo IPHAN em 1950 e serviu durante muitos anos como catedral provisória. Em 1º de dezembro de 1968, foi transformada em museu e mantém uma coleção de arte sacra do século XIX, inicialmente com peças de autoria de José Joaquim da Veiga Valle. Em 1978, a igreja foi tombada novamente, desta vez como parte integrante do conjunto arquitetônico e urbanístico da Cidade de Goiás. “É uma dupla proteção”, afirma Beatriz.

 

A empresa a ser contratada para a obra de conservação do Museu de Arte Sacra da Igreja da Boa Morte será responsável por executar “ações emergenciais para atacar as fontes causadoras de danos”, explica Beatriz. Entre elas está a construção de uma vala de drenagem que vai absorver a água e evitar que ela chegue às paredes. Isto porque, ao longo dos anos, o IPHAN verificou que o terreno onde fica o edifício tem o nível do lençol freático elevado. “As manchas de infiltração vem todas de baixo para cima, e a ação da água vai descascando todo o reboco e a pintura”, acrescenta a arquiteta e urbanista.

 

Também serão realizados reforços estruturais e serviços essenciais como substituição de reboco deteriorados, recuperação das esquadrias e repintura, além de revisão das instalações elétricas. Ainda serão removidas e higienizadas as telhas da cobertura. Com arquitetura religiosa em alvenaria de pedra e telhado em telha de barro, o Museu de Arte Sacra da Boa Morte tem fachada com elementos característicos do barroco. 

 

 

Saiba mais sobre o Museu de Arte Sacra da Boa Morte

 

O local já passou por outras obras de restauro e conservação, visando a melhor estruturação e adaptação para a categoria de museu, sempre conservando a sua compartimentação interna e a fachada. Desde 2009, Museu de Arte Sacra da Boa Morte está sob a responsabilidade do Instituto Brasileiro de Museus (IBRAM). O Museu de Arte Sacra também possui pratarias e telas de cunho religioso, terços e coroas dos séculos XVIII e XIX, mobiliários do século XIX, entre outros.

 

Há quase 40 anos, em 1975, foi realizada uma restauração geral que contemplou adaptação e ambientação para museu, com revisão total do madeiramento dos assoalhos e cobertura, assim como de suas estruturas de apoio, reparos nas esquadrias, recuperação da fachada principal e instalação de dois sanitários. Para a instalação do Museu, foi realizado ainda pela arquiteta Belmina Finagiev, um projeto de iluminação do edifício e seu acervo.

 

Já entre 1983 e 1984, foi realizado um trabalho de revitalização pelo Programa Nacional de Museu, trabalho este que contemplou os bens móveis. E entre 1995 e 1996, o Museu de Arte Sacra da Boa Morte foi restaurado por meio do PRONAC – Programa Nacional de Apoio à Cultura, tendo passado por obra semelhante a esta que será realizada agora.