Um dos maiores arquitetos do país ganhará um rico acervo virtual que poderá ser consultado facilmente via internet por pesquisadores e admiradores de sua obra. Será lançado na próxima quinta-feira (27 de novembro), às 19h30, na Escola da Cidade, o site que contará a trajetória do arquiteto e urbanista João Batista Vilanova Artigas. Falecido há quase 30 anos, ainda hoje é bastante lembrado em razão da sua importância no desenvolvimento, na formação de profissionais do ramo e pelas suas grandes obras.
Toda essa história será reproduzida com depoimentos de amigos, por fotografias e até mesmo por desenhos técnicos e artísticos elaborados pelo próprio arquiteto. O site é fruto de um amplo trabalho de pesquisa, organizado há muitos anos pela sua filha, a historiadora Rosa Artigas. A finalidade desse projeto é transformar a página na internet em uma verdadeira biblioteca pública, onde os interessados poderão buscar referências ou mesmo conhecer a importância de Artigas na história da arquitetura no Brasil e principalmente no estado e São Paulo.
Para transformar esse sonho em realidade, Rosa Artigas contou com a ajuda do SASP, que inscreveu o projeto em edital do Conselho de Arquitetura e Urbanismo de São Paulo (CAU-SP) com objetivo de obter os recursos necessários. A proposta teve o orçamento aprovado pelo conselho devido a sua importância dentro do contexto da arquitetura. Desta forma, o sindicato fica responsável por toda a gestão financeira do site, além de contribuir na parte administrativa.
“Foi uma maneira de resgatar e, ao mesmo tempo, preservar a memória de um arquiteto que teve grande importância com suas obras”, avalia o presidente do SASP, Maurilio Ribeiro Chiaretti. Entre suas obras mais conhecidas, estão o Edifício Louveira, que fica em Higienópolis, e o Estádio do Morumbi. O endereço – http://www.vilanovaartigas.com.br – que ainda não está no ar, chega com a proximidade das comemorações dos 100 anos de nascimento de Artigas.
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A importância de Artigas na Arquitetura
João Batista Vilanova Artigas nasceu em 1915 em Curitiba, no Paraná, e é considerado um dos maiores nomes da história da arquitetura brasileira, seja pelo conjunto de sua obra, como também devido a sua importância na formação de toda uma geração de arquitetos. Foi em São Paulo, onde ele fez parte da chamada Escola Paulista, que ele ganhou notoriedade. Seus projetos são marcados pelo rigor técnico, uso do concreto armado aparente e a valorização da estrutura.
Artigas também fez parte de um grupo de professores que fundou a Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da Universidade de São Paulo (FAU-USP). Na década de 60, ajudou a redefinir o perfil de profissional formado pela faculdade, por intermédio de uma ampla reforma curricular. Além disso, foi responsável pelo projeto da sede da FAU-USP na Cidade Universitária, junto com o também arquiteto Carlos Cascaldi.
Em 1969, por determinação do regime militar, Artigas foi afastado da FAU em razão da sua ligação com o Partido Comunista Brasileiro. Assim, teve de se exilar brevemente no Uruguai. Mesmo no Brasil, na década de 70, foi impedido de atuar plenamente pela ditadura. O retorno à FAU-USP ocorreu em 1979, com a aprovação da Lei de Anistia. Artigas lecionou na faculdade até sua morte, em 1985.
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