Sensibilizar pedestres, ciclistas e motoristas para uma boa convivência no trânsito, além de evitar que acidentes fatais caiam no esquecimento são alguns dos objetivos de grupo que organiza protesto para esta terça-feira (10 de fevereiro) em Porto Alegre. Amigos do arquiteto e urbanista Joel Fagundes, 60 anos, morto no último domingo (8 de fevereiro) em decorrência de atropelamento enquanto andava de bicicleta na zona Norte da Capital, convidam para ato que vai reunir centenas de ciclistas em trajeto do Centro da cidade até o local do acidente.
A convocação está sendo feita por meio do evento Ghost Bike para um Pai, um amigo, um irmão, um filho um Joel Fagundes no Facebook. A partida será às 19h30, do Largo da Epatur em direção à Avenida Severo Dullius, próximo ao Aeroporto Salgado Filho, local onde ocorreu o atropelamento. O grupo vai sinalizar o lugar com a colocação de uma Ghost Bike. Até às 9h30 desta terça-feira (10 de fevereiro), quase mil pessoas já haviam confirmado presença.
Em sua página na rede social, o ciclista Eduardo Macedo, um dos organizadores do evento, deixou a seguinte mensagem:
“Eu tenho o direito de viver, eu sou o trânsito.
Vou seguir lutando por um mundo mais humano.
Um mundo sem finas, sem buzinadas, sem pressa para ganhar 3 segundos e ficar minutos em engarrafamentos.
Sou ciclista, me locomovo na cidade sobre uma Bicicleta, faço minha vida sobre ela e a sua pressa nao vale a minha vida.
(…) Mais amor mais vida“
Saiba mais sobre as Ghost Bikes
“Bicicletas fantasmas” ou “Ghost Bikes” são bicicletas brancas instaladas em locais de acidentes fatais com ciclistas, como memoriais em homenagem a quem perdeu a vida para a pressa de alguém, para a falta de planejamento viário, para a omissão do poder público. Também têm o objetivo de evitar que aquela morte caia no esquecimento, sendo considerada apenas um inconveniente temporário ao trânsito de uma tarde qualquer.
Para os ciclistas, as bicicletas brancas servem também como um alerta aos condutores de automóveis para que tomem mais cuidado com as vidas que pedalam pelas ruas, lembrando que um ciclista é uma pessoa e não um obstáculo, com família, amigos, filhos, amores e sonhos.
