A luta das mulheres para conquistar o mercado de trabalho na Arquitetura é antiga. Depois da norte-americana Marion Mahony Griffin, considerada a primeira mulher a se tornar arquiteta, em 1894, elas conquistaram cada vez mais seus direitos, entraram nas universidades e obtiveram reconhecimento pelos seus projetos. No entanto, se em alguns países como Estados Unidos e Inglaterra elas ainda correspondem apenas 20% dos profissionais registrados, no Brasil a realidade é diferente. Aqui elas representam cerca de 60% do total de profissionais em atividade, apontando uma tendência que vem crescendo ao longo das últimas décadas.
Em Brasília, as mulheres também são a maioria. De acordo com o Sindicato dos Arquitetos do Distrito Federal (SINARQ-DF), dos 4.346 profissionais registrados no Conselho de Arquitetura e Urbanismo (CAU-DF), 73% são do sexo feminino. “Com o tempo, as mulheres passaram a se envolver mais com a Arquitetura. Hoje, elas estão acreditando nelas mesmas e usando a sensibilidade a seu favor. São analíticas, eficientes, comunicativas, atentas aos detalhes e excelentes gestoras”, destaca Elza Kunze Bastos, diretora do SINARQ-DF.
Com 42 anos de profissão, formada na primeira turma de Arquitetura da Universidade de Brasília (UnB), em 1966, Elza foi a primeira mulher eleita presidente do sindicato no DF. “Foi um período de muita luta, mas também de reconhecimento. Ser líder é um trabalho que exige dedicação e diálogo. Na gestão atual, nossa presidente também é uma mulher, a arquiteta Yone Roberta, e dos oito diretores, seis são do sexo feminino”, afirma Elza, que também destaca a importância da ética e do comprometimento para o sucesso. “Todo avanço da mulher no mercado de trabalho é extraordinário. Mas vale dizer que ter uma postura ética e ser um bom profissional é importante a todos os gêneros. Só assim, podemos ser respeitados e admirados em nossa profissão”, conclui a diretora.