O Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) tornou o conjunto arquitetônico do Sesc Pompeia patrimônio cultural do país. A inclusão do complexo, projetado pela arquiteta e urbanista Lina Bo Bardi, na relação de bens protegidos foi aprovada por unanimidade pelo Conselho Consultivo do Patrimônio Cultural e oficializada no início de março.
Lina foi convidada em 1976 para projetar o centro de lazer, localizado na Nona Oeste da capital paulista, aproveitando os galpões de uma antiga fábrica de tambores. Para a elaboração do desenho, a arquiteta consultou a comunidade local, que já usava o espaço. As obras foram iniciadas em 1976, com inauguração em 1986.
A projetista, que também desenhou o Museu de Arte de São Paulo (Masp), conciliou as estruturas antigas com novas edificações, preservando a memória do lugar. Os blocos de concreto trazem a marca do modernismo e compõem com as estruturas de tijolo aparente dos galpões originais.
“Assim, em uma cidade entulhada e ofendida pode, de repente, surgir uma lasca de luz, um sopro de vento. E aí está, hoje, a Fábrica da Pompeia, com seus milhares de frequentadores. As filas da choperia, o Solarium-Índio do deck, o bloco esportivo, a alegria da fábrica destelhada que continua”, escreveu Lina, que morreu em 1992, sobre o uso do espaço que projetou.