A Capela Nossa Senhora Aparecida na Gleba Sarandi, região norte de Maringá, no Paraná, foi tombada sábado (13 de junho) patrimônio histórico. A construção em madeira foi iniciada em 1950, três anos após a fundação do município, com término e inauguração em 1953. “Essa capela conta um pouco da história daquelas pessoas que iniciaram a construção de nosso município e tem um valor incalculável”, disse a secretária de Cultura, Olga Agulhon.
O gerente de Patrimônio Histórico da Secretaria de Cultura, Welington Vilanova, explica que a capela de madeira é uma especificidade da colonização do norte pioneiro e norte novo do Paraná e representa uma época em que a madeira era o principal produto oferecido pela terra. A madeira utilizada foi a peroba rosa, espécie de lei encontrada em abundância no norte novo do Paraná. A enorme quantidade de serrarias existentes e o conhecimento das técnicas em construção em madeira foram fundamentais para a edificação da capela, em uma área de total de 235 m².
“A construção em madeira representa o trabalho exaustivo realizado na derrubada da mata e no processo de criação de obras arquitetônicas como a Capela Nossa Senhora Aparecida, responsável pela formação de uma paisagem singular, importante para a identidade da região”, descreve Vilanova. Feita para atender as necessidades religiosas dos moradores locais, sua construção concentrou esforços da comunidade através do sistema de mutirão.
O especialista explica que configuram-se nessas linguagens arquitetônicas um modo de fazer próprio, caracterizado por técnicas construtivas reelaboradas pelos imigrantes que formaram a cidade, de acordo com suas possibilidades. No caso da Capela Nossa Senhora Aparecida, caracteriza-se ainda, um exemplar de arquitetura e arte religiosa, responsável por fortalecer os símbolos religiosos identitários dos primeiros moradores.
Além de espaço reservado para as manifestações religiosas, a capela, em muitos momentos, funcionou como fomentadora das sociabilidades locais, com possíveis realizações de quermesses, leilões, procissões, responsáveis por estreitar os laços da comunidade, relata Vilanova.