Os arquitetos e urbanistas que trabalham na Companhia de Desenvolvimento Habitacional e Urbano (CDHU), em São Paulo, deram início a uma greve nesta quarta-feira (22 de julho). A categoria reivindica valorização profissional, Plano de Carreira e Salário (PCS) e aumento real da remuneração. A medida foi aprovada na assembleia da última sexta-feira (17 de julho). Segundo o Sindicato dos Arquitetos no Estado de São Paulo (SASP), a paralisação deve se estender pelo menos até o final desta semana.

 

Há meses os trabalhadores e trabalhadoras tentam negociar com a CDHU, sem nenhum sucesso. Inúmeras foram as tentativas de encontrar uma solução negociada, inclusive com a mediação do Tribunal Regional do Trabalho (TRT) nas últimas semanas. Entretanto, a CDHU e o governo do Estado de São Paulo não aceitaram a proposta de valorização das trabalhadoras e trabalhadores, tampouco suas reivindicações econômicas foram levadas em conta. Mediante a proposta de conciliação apresentada pelo TRT, as categorias envolvidas decidiram, em assembleia, ceder de suas reivindicações iniciais – mesmo sabendo que elas são justas -, mas esta não foi a disposição da empresa.

 

O governo do estado de São Paulo deixou de lado a valorização profissional de servidores e servidoras, recusando-se a discutir o Plano de Cargos e Salários (PCS) na CDHU, terceirizando serviços essenciais à população, oferecendo péssimas condições de trabalho para trabalhadoras e trabalhadores – como é o caso da falta de papel higiênico nos banheiros. O desmonte da estrutura da CDHU, visando anular sua relevância social na correção de distúrbios sociais é evidente, e demonstra todo o descompromisso da atual gestão com o direito à cidade da população em situação de vulnerabilidade social. A intransigência no trato de nossa campanha salarial é apenas uma consequência dessa política.

 

Entretanto, trabalhadoras e trabalhadores da CDHU não esqueceram da importante função social desta empresa pública. O oferecimento de um serviço público eficaz e democrático para a população passa, necessariamente, pela valorização do trabalho, por melhores condições de desenvolvê-lo e por, minimamente, manter um canal permanente de diálogo entre a diretoria e os funcionários desta empresa. Isso foi tornado letra morta nessa última negociação e, como alternativa, o SASP convocou trabalhadoras e trabalhadores para a greve.