O impacto da tecnologia nas relações de trabalho e como smartphones e tablets colocaram o horário de expediente em xeque foi um dos temas abordados durante a 2ª Reunião Temática do Sindicato dos Arquitetos no Estado do Rio Grande do Sul (Saergs) realizada sábado (25/7), em Porto Alegre. Entusiasta das mudanças trazidas pelos novos tempos, a Arquiteta e Urbanista Valeska Pinto defende que é preciso repensar a formatação da carga horária convencional, uma vez que os profissionais hoje trabalham em horários alternativos, em casa e até no ônibus a caminho do trabalho. “O mundo do trabalho mudou. Não existe mais aquela história de cartão-ponto. O jovem vai trabalhar em casa. No Vale do Silício, todo mundo trabalha em casa e vai, de vez em quando, no trabalho.”

 

A ex-presidente da FNA relata que, frente ao interesse de ampliar o uso de transporte coletivo, os profissionais do pólo tecnológico norte-americano foram estimulados pelas empresas a irem de ônibus ao trabalho, um espaço onde já poderiam começar a trabalhar com horas sendo contabilizadas na jornada. “É preciso recontabilizar a forma de capturar as horas. Desligamos o espaço físico do tempo. Essa contabilização não está sendo considerada nos nossos contratos. Temos que falar com o nosso tempo. Não basta fazer a defesa limpa da lei, ela precisa estar no mundo real”, sugere sem esquecer da importância de que a fragmentação da jornada também inclua todos direitos trabalhistas.

O vice-presidente da FNA, Cicero Alvarez, reconhece a necessidade de repensar o cenário, mas reforça a importância de se evitar um movimento de “escravidão” que coloque os profissionais de Arquitetura e Urbanismo sempre em alerta. “A tecnologia pode ser escravizadora. A lei existe para evitar o abuso. Hoje em dia, há pessoas que mandam Whatsapps à meia-noite e acham isso normal”, rebate.

 

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