O Conselho de Instituições de Arquitetura e Urbanismo do UIA 2020 Rio (CIAU-2020) foi criado na manhã desta segunda-feira (24/8), em cerimônia realizada na sede do IAB-RJ, com a presença dos presidentes das entidades de arquitetura do Brasil. “Passados quatro anos do marco que parecia impossível, a fundação do CAU, agora temos cinco anos para cuidar do congresso”, disse o presidente da FNA, Jeferson Salazar, para em seguida reforçar importância da criação do CIAU. “O novo conselho pode ajudar a trazer temas relevantes, como a habitação social, o estatuto da metrópole e as relações de trabalho” avalia o dirigente, que participou do ato e manifestou que o congresso é uma grande oportunidade de se estabelecer uma nova cultura arquitetônica e de ensino.

 

O presidente do IAB, Sérgio Magalhães, afirmou que o CIAU será um dos pilares da organização do 27º Congresso Mundial de Arquitetos –  promovido pela União Internacional de Arquitetos (UIA), em 2020 o evento será realizado no Rio de Janeiro, funcionando como órgão consultivo e político. “O conselho que se instala hoje terá papel fundamental na orientação, sobretudo nos rumos temáticos, científicos e políticos do UIA 2020 Rio. O IAB achou que deveria buscar o apoio das entidades nacionais de arquitetura e do Conselho Internacional de Arquitetos de Língua Portuguesa (CIALP) para ajudar o Instituto e a comissão organizadora na tarefa política de organização do congresso”, disse o presidente do IAB.

 

Sérgio explicou que o objetivo do IAB, ao apresentar a candidatura brasileira para sediar o Congresso da UIA, não era organizar o maior evento internacional de arquitetura, por mais importante que seja, mas aproveitar a oportunidade para buscar a requalificação da profissão e ajudar a construir um diálogo produtivo com a sociedade brasileira e, em consequência, um espaço melhor para todos.

 

Pedro da Luz Moreira, presidente do IAB-RJ, lembrou o importante caminho a ser trilhado nos próximos cinco anos, na série de eventos preparatórios previstos. “É fundamental a construção até 2020. A pretensão é que as ações de projeto e planejamento estejam, após o evento, mais incorporadas e reconhecidas pela sociedade como um valor de ampliação da democracia brasileira. À medida que tivermos projetos mais debatidos com a população, teremos uma sociedade mais inclusiva e seremos capazes de construir um país melhor”, disse.

 

À frente do CAU-BR, Haroldo Pinheiro disse que a missão dos arquitetos será transformadora. “Revolução, uma pequena e pacífica revolução: é o que precisamos realizar no ensino de arquitetura, na prática de arquitetura e na construção de nossas cidades”, destacou, para em seguida deixar a pergunta: “como poderemos abordar as questões da política profissional e da política urbana em benefício da sociedade?”

 

Haroldo lembrou ainda que o UIA 2020 Rio será comemorativo do centésimo ano de organização profissional da arquitetura no Brasil, fazendo referência à fundação do IAB.

 

À frente da Associação Brasileira de Ensino de Arquitetura, Gogliardo Vieira Maragno destacou a importância de fazer prevalecer, na construção da UIA 2020 Rio, a boa arquitetura em todas as dimensões da profissão: “Normalmente, conseguimos lembrar a importância das boas práticas quando falamos sobre o ensino de arquitetura e urbanismo. É um falso dilema, no entanto, a separação entre o ensino e a prática. Interessar-se pela arquitetura é também se interessar pelo ensino.”

 

O presidente da Federação Pan-Americana da Associação de Arquitetos (FPAA), João Suplicy falou sobre diferenças que são complementares entre as entidades de arquitetura, o que torna o CIAU mais rico. E finalizou com o desejo que é comum a todos os integrantes da mesa: “Vamos construir uma cidade melhor, voltada às pessoas, com uma convivência mais harmônica.”

 

Também participaram do evento o presidente do CAU-RJ, Jerônimo de Moraes Neto; a presidente da Associação Brasileira de Arquitetura Paisagística (ABAP), Letícia Hardt; e a presidente da Associação Brasileira de Escritórios de Arquitetura (AsBEA), Miriam Addor.