Dados da Pesquisa do Mercado Imobiliário, realizada pelo Departamento de Economia e Estatística do Sindicato da Habitação (Secovi-SP) apontam a comercialização de 1.042 unidades residenciais novas em julho na cidade de São Paulo. Em relação ao mês anterior, quando foram vendidas 2.588 unidades, o resultado registra variação de -59,7%. O volume é 41,6% superior ao movimentado em julho de 2014, quando as vendas totalizaram 736 unidades, influenciadas negativamente pela Copa do Mundo.

 

Quase metade (49,3%) dos imóveis comercializados no sétimo mês foram de dois dormitórios, com 514 unidades e valores médios de aproximadamente R$ 358 mil, próximos dos praticados em junho (R$ 350 mil). O segmento de um quarto respondeu por 31,9% das vendas (332 unidades), seguido por imóveis de três dormitórios com 16,2% (169 unidades) e os de quatro ou mais dormitórios com 2,6% (27 unidades).

 

Lançamentos – De acordo com dados da Empresa Brasileira de Estudos de Patrimônio (Embraesp) foram lançadas em julho 825 unidades residenciais na capital paulista, com variação de -59,5% em relação ao mês de junho (2.036 unidades) e de -26,9% comparado a julho de 2014 (1.129 unidades).

 

Com 351 unidades, os imóveis de dois dormitórios responderam por 42,5% do total lançado no mês, seguido por unidades de três dormitórios (261 unidades lançadas 31,6% e participação), de um dormitório (199 unidades e 24,1%) e de quatro ou mais dormitórios (14 unidades e 1,7%).

 

Oferta – A cidade de São Paulo encerrou o mês de julho com 26.980 unidades disponíveis para venda, o que representa ligeira redução na oferta de imóveis. Comparado ao total acumulado até junho (27.448), a variação é de -1,7%. A oferta é composta por imóveis na planta, em construção e prontos, lançados nos últimos 36 meses (de agosto/2012 a julho/2015).

 

Considerações – O fato marcante refere-se aos lançamentos na cidade de São Paulo, que teve a menor quantidade de unidades colocadas à venda para um mês de julho desde 2005. O comportamento acabou influenciando as vendas, já que o maior volume de unidades negociadas em um empreendimento está concentrado justamente no lançamento, período no qual se aplica o maior esforço em marketing.

 

No acumulado de lançamentos e vendas no ano, os números estão bem próximos: 10.478 unidades lançadas e 10.700 comercializadas. O cenário é diferente do observado no ano passado, quando os lançamentos (12.901 unidades) superavam em 31,7% as vendas (9.790 unidades).

 

Na atual conjuntura, de falta de confiança na economia, a Pesquisa do Mercado Imobiliário tem demonstrado que a demanda é maior nas faixas de imóveis com valor de até R$ 500 mil. “Porém, viabilizar lançamentos nessa faixa de preço não é fácil, em função do custo dos terrenos na cidade de São Paulo”, observa Emilio Kallas, vice-presidente de Incorporação e Terrenos Urbanos do Secovi-SP. Uma forma de adequar esses custos, na visão do dirigente, seria equilibrar os valores cobrados pela outorga onerosa dos projetos habitacionais. “Ou, até mesmo, reduzir os fatores de planejamento e social na Lei de Zoneamento.”

 

Para o presidente do Sindicato, Claudio Bernardes, há uma clara percepção de que os empresários do setor vêm procurando se ajustar às regras atuais, com a costumeira criatividade e mesmo diante de um cenário de incertezas. Ele afirma, no entanto, que não basta encontrar meios de viabilizar a comercialização de imóveis para famílias que buscam moradia. “Além de um ambiente econômico e político que assegurem o retorno da confiança, é necessário, também, que haja condições de financiamento imobiliário com taxa de juros e condições adequadas.”

 

Acesse a íntegra da Pesquisa Secovi do Mercado Imobiliário.