Além das mortes, desaparecidos e dano ambiental causados pelo rompimento de duas barragens de rejeitos de uma mineradora no subdistrito de Bento Rodrigues, no município de Mariana, região Central de Minas Gerais, a tragédia também acabou com um patrimônio histórico. A Igreja de São Bento, contruída no século XVIII em homenagem ao padroeiro do lugarejo, foi arrasada pela lama.

 

De acordo com o coordenador da Promotoria Estadual de Defesa do Patrimônio Cultural e Turístico, Marcos Paulo de Souza Miranda, a capelinha de São Bento, datada da época do surgimento do distrito, foi totalmente soterrada. Segundo ele, a contrução é um dos mais antigos bens culturais. 

 

Segundo Miranda, dezenas de sítios históricos que registravam atividades de mineração do século XVIII foram destruídos. Bens culturais de Barra Longa, cidade a 40 quilômetros de Mariana, também foram afetados. Equipes do Ministério Público e da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) estão no local tentando recuperar bens históricos.

 

Saiba mais sobre a igreja de São Bento


A primeira igreja de São Bento foi construída em 1718 e a construção atual foi erguida no mesmo local, com um recuo maior. Segundo informações da Prefeitura de Mariana, reunidas pelo portal do Patrimônio Cultural, o templo afundado pela lama foi construído no período colonial. Apesar de não ser tombada pelo patrimônio municipal ou estadual, a Igreja de São Bento estava em bom estado e exibia detalhes típicos das construções barrocas, com cruz latina e paredes de pau-a-pique. O povoado de Bento Rodrigues surgiu no século XVIII como uma das primeiras unidades mineradoras do estado.

 

A outra igreja do local, Nossa Senhora das Mercês escapou da avalanche por ser construída num ponto mais alto. Moradores buscaram refúgio no templo para escapar da tragédia. O altar original da Igreja de São Bento estava nesse templo e ficou preservado.

 

Com informações dos sites http://www.em.com.br e site G1