Para quem estamos formandos arquitetos e urbanistas? Foi questionando os presentes ao 39º ENSA que o vice-presidente da Associação Brasileira de Ensino de Arquitetura e Urbanismo (Abea), Gogliardo Maragno, abriu sua palestra na manhã de sábado (28/11), em Campo Grande (MS). Na tentativa de promover reflexão, o professor lembrou de recente pesquisa que indica que 93% da população não recorre aos arquitetos e urbanistas para construir ou reformar.

Após fazer um rico resgate histórico do ofício, passando por Vitruvius e pelo currículo da Escola Nacional de Belas Artes de 1931, ele começou a responder a questão mostrando que a base da profissão ainda é a mesma e que os currículos das escolas de arquitetura reproduzem as tarefas históricas da atividade. Como define a legislação, há determinação de competência e habilidades mínimas exigidas desses profissionais, o que indica o atendimento de necessidades de indivíduos, grupos e movimento. “Isso mostra que não precisamos trabalhar apenas para os 7%”, pontuou.

Maragno defendeu a força social da Arquitetura e Urbanismo e frisou que há novas diretrizes curriculares sendo trabalhadas pela Abea e CAU junto ao Ministério da Educação. Atualmente, há 130 mil profissionais ativos no país, 13 mil novos formando todos os anos por mais de 400 cursos. “Hoje há uma ruptura entre o que se necessita e o que pratica. Estamos preocupados em atender os 7% mas não estamos preocupado em porque não estamos atendendo os 93%”, detalhou, salientando a fraca intervenção em projetos de moradias populares.

 

 

 

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