Diante da catástrofe ambiental em Mariana (MG), cujos efeitos se propagam para grande parte do país – desde a destruição de cidades passando pela inviabilização do abastecimento de água potável até a mortandade de peixes – a Federação Nacional dos Arquitetos e Urbanistas (FNA) cobra das autoridades a adoção de medidas que visem repor a situação ambiental anterior. Seguindo o princípio da Justiça, a entidade cobra que as autoridades apurem os motivos do rompimento da barragem e penalizem severamente os responsáveis pelo desastre.

 

A FNA irá, ainda, fustigar os órgãos públicos para que, dentro da área de competências, imponham penalidades nas esferas civil, criminal, administrativa e ambiental. A entidade tem interesse em auxiliar os órgãos públicos colocando à disposição sua estrutura sindical para auxiliar na elaboração de laudos técnicos urbanísticos eventualmente necessários para a elaboração de plano de combate à catástrofe, bem como para auxiliar na propositura de ações judiciais.

 

Após um mês do rompimento da barragem de rejeitos em Minas Gerais, a lama que destruiu o vilarejo no entorno e a fauna e flora do Rio Doce já percorreu uma extensão que ultrapassa os 600 quilômetros, tendo chegado ao mar do Espírito Santo. De acordo com modelo matemático elaborado por pesquisadores da UFRJ, a enxurrada de lama deverá atingir uma área de 9 quilômetros ao longo do litoral. Na avaliação da entidade, a tragédia é decorrente da exploração desenfreada na atividade de mineração visando apenas o lucro, em detrimento da vida humana, da fauna, da flora, da preservação dos recursos naturais e do patrimônio cultural.