Autor: Bruna Karpinski, Assessoria de Comunicação da FNA
Participar dos debates que fomentam a qualidade do ensino de Arquitetura e Urbanismo no país e norteiam os rumos da profissão são experiências que ajudaram a delinear a carreira da arquiteta e urbanista Andrea Vilella Arruda, presidente da Associação Brasileira de Ensino de Arquitetura e Urbanismo (ABEA). “Passou a ser questão de sobrevivência à minha rotina sempre atribulada e multifacetada, com ensino, entidades, projetos e obras”, descreve. Eleita há dois meses para dirigir a entidade no biênio 2015/2017, o desafio de Andrea é buscar a melhoria na qualidade de ensino de arquitetura e urbanismo no Brasil.
Mestre em Arquitetura pela UFRGS (1997), formou-se arquiteta e urbanista pelo Instituto Metodista Izabela Hendrix (1988), de Minas Gerais. Começou a lecionar em 1998 e, desde 2010, é professora no curso de Arquitetura e Urbanismo das Faculdades Santo Agostinho, em Montes Claros (MG). Além de orientar trabalhos finais de graduação, ministra as disciplinas Introdução ao Estudo do Conforto e Projeto de Arquitetura IV – Edifícios de andares múltiplos, ambas do sexto período, além de Legislação e Prática Profissional, do décimo período. Durante cinco anos, foi coordenadora do curso de Arquitetura e Urbanismo da Universidade Fumec – Fundação Mineira de Educação e Cultura, em Belo Horizonte (MG).
Andrea acumula experiência na área de Arquitetura e Urbanismo e construção civil, com ênfase em ensino, pesquisa, extensão e coordenação. A dirigente, que já esteve à frente da Secretária de Finanças da associação, é representante da ABEA no Colegiado Permanente de Entidades (CEAU) do CAU-BR e do CAU-MG. Sócia-cotista da Construtora Vilella Ltda, ela conta um pouco da sua trajetória e fala sobre a atuação em entidades profissionais.
1. Recentemente você foi eleita presidente da Abea. Esta é sua primeira vez como presidente de uma entidade?
Sim, fui eleita no XVIII CONABEA de Natal, na UFRN, em setembro de 2015. E é a primeira vez como presidente de uma entidade nacional. Em outra esfera, eu já havia sido eleita para a presidência do Núcleo Montes Claros do IAB-MG, biênio 2012/2013. Em outros escalões, diretorias e afins, tive algumas experiências institucionais, como Associação de Profissionais, Conselhos, Comissões e etc.
2. Quais serão as prioridades da sua gestão?
A prioridade da minha gestão não poderia ser outra senão continuar na busca da consolidação de uma política nacional para o estabelecimento de perfis e padrões que assegurem a qualificação do profissional arquiteto e urbanista à altura dos desafios sociais, econômicos e políticos do Brasil, bem como das demandas resultantes da conjuntura internacional. Precisamos continuar participando ativamente e de forma eficaz na elaboração e aplicação da legislação pertinente ao ensino de arquitetura e urbanismo em nosso país.
3. E como secretária de finanças da Abea, quais foram os aprendizados?
Cheguei à Secretaria de Finanças da Abea pela minha experiência de gestão do escritório de projetos e construtora. Sempre fiquei muito à vontade entre números. Mas o maior aprendizado dessa proximidade com a diretoria executiva foi muito além das finanças, pois tive o privilégio de participar das comissões organizadoras de alguns ENSEAs (Encontro Nacional sobre o Ensino de Arquitetura e urbanismo) e CONABEAs (Congresso Nacional da Abea), que compartilham e refletem sobre os resultados de pesquisas e experiências relativas ao ensino e à formação dos arquitetos e urbanistas, contribuindo para o avanço do conhecimento neste campo. E também vivenciei a aproximação com entidades e organizações internacionais que tratam do ensino de arquitetura e urbanismo.
4. Alguma situação específica despertou seu interesse para a atuação na entidade profissional?
Frequentadora assídua de eventos profissionais, sempre me encantei com o caráter democrático e multiplicador da experiência compartilhada. A coordenação do curso da Fumec me levou aos eventos da Abea. E, a partir de então, estar entre pares que fomentam a qualidade do ensino de Arquitetura e Urbanismo passou a ser questão de sobrevivência à minha rotina sempre atribulada e multifacetada, com ensino, entidades, projetos e obras. De fato, aproximamos pensamentos nestas preciosas oportunidades. E, com certeza, mudei o meu olhar e a minha postura em sala de aula, com esse privilégio da vivência nas entidades profissionais.
5. Qual é o grande desafio do processo de ensino na área de arquitetura e urbanismo na atualidade?
Os desafios são muitos. Sempre teremos que superar a quantidade com a qualidade. Entre suas muitas iniciativas, a ABEA vem atuando junto ao Conselho Nacional de Educação (CNE) na proposta de atualização das Diretrizes Curriculares Nacionais para os Cursos de Arquitetura e Urbanismo, ação esta que deve ser permanente e contínua. Mas, além disso, ainda precisamos ampliar os instrumentos usuais de avaliação. Acredito serem estes os nossos maiores desafios.