Com o objetivo de valorizar e dar visibilidade à produção arquitetônica feminina, além de compartilhar conhecimento e reflexões, um coletivo formado por cinco mulheres iniciou uma campanha para angariar fundos. A ideia é com os recursos lançar a primeira edição da revista Arquitetas Invisíveis. A publicação, que leva o mesmo nome do grupo, visa contribuir para o avanço das discussões de gênero no campo da arquitetura e áreas relacionadas. As colaborações podem ser feitas até 16 de janeiro (sábado).
A ideia, explica Lara Pita Vieira, uma das integrantes do coletivo Arquitetas Invisíveis, é convergir pensamentos com outras áreas – psicologia, sociologia e artes – e promover discussões e debates de gênero na arquitetura e urbanismo. Estudante do último período de Arquitetura e Urbanismo da Universidade de Brasília (UnB), ela comenta que uma das motivações foi a “inquietação” gerada pelo fato de que no ambiente acadêmico os referenciais teóricos de obras estudadas são todos masculinos.
“Começamos a nos questionar aonde estavam estas mulheres e o que estavam fazendo”, recorda Lara. O insight ocorreu há dois anos, quando o grupo começou a se organizar para discutir o tema e a montar uma exposição que inicialmente reuniu a história e a obra de 26 mulheres arquitetas e urbanistas. Depois, o acervo foi ampliado para 48 nomes e, em homenagem ao Dia da Mulher, ganhou destaque especial no site Archdaily.
A revista Arquitetas Invisíveis será anual e abrirá espaço para pesquisadores do Brasil e do exterior. Por isso, a publicação será bilíngue – português e inglês. O objetivo é estreitar relações e colaborar para o intercâmbio entre diferentes grupos e regiões, além de fomentar pesquisas conjuntas e publicações coletivas, consolidando o papel da mulher na história da arquitetura e do urbanismo, assim como os núcleos de estudo nessa área.
A Federação Nacional dos Arquitetos e Urbanistas (FNA) apoia a campanha e convida os profissionais e empresas que tiverem condições a participarem. Para ajudar a viabilizar o projeto, basta acessar o site https://www.catarse.me/arquitetasinvisiveis e contribuir com qualquer quantia. Para executar o projeto, o coletivo Arquitetas invisíveis precisa de R$ 46.835. O prazo para colaborar com qualquer quantia é 16 de janeiro (sábado).
Para esta edição, já foram selecionados, por meio de edital, 30 trabalhos.
Todo o dinheiro arrecadado será investido na publicação, custeando gastos com edição, tradução, revisão, diagramação, impressão e distribuição. Os exemplares que por ventura não forem adquiridos serão doados para bibliotecas, centros acadêmicos, escolas e grupos de mulheres. A revista será composta por artigos, resumos, opiniões, notícias, entrevistas, charges, desenhos, poesias, crônicas, cartas, entre outros.
Saiba mais sobre o Arquitetas Invisíveis
O Coletivo Arquitetas Invisíveis é uma ação que busca promover a igualdade de gênero dentro do âmbito da arquitetura e do urbanismo, por meio do reconhecimento e divulgação da vida e obra de arquitetas desprestigiadas pela história. Criado por estudantes da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da Universidade de Brasília, o objetivo é incitar a discussão sobre gênero no meio acadêmico e profissional.