As confederações, federações e sindicatos vinculados à CUT decidiram intensificar, durante os próximos dois meses, as mobilizações contra o governo federal interino. Para tanto, explica o arquiteto e urbanista Antônio Menezes Júnior, diretor regional da FNA para a região Centro Oeste, será construído um processo de encontros e lutas que vai culminar em marchas estaduais e nacional. Na última quinta-feira (19/5), o dirigente participou de reunião convocada pela CUT em Brasília para avaliar os impactos das medidas do governo interino.

 

Outra medida que resultou do encontro será exigir o cumprimento de todos acordos firmados pelo governo anterior. Caso contrário, as entidades que representam os trabalhadores não descartam a possibilidade de greve geral. “Essa discussão será feita nos estados e na executiva nacional da CUT”, destacou Junior. A partir de agora, inicia-se o processo de diálogos com a base em seus locais de trabalho, em caráter informativo e mobilizador. A reunião, que contou com presença de 80 dirigentes e representantes dos sindicatos do setor público e de empresas públicas, ocorreu na sede da Confederação Nacional dos Trabalhadores em Educação (CNTE).

 

Na ocasião, dirigentes da CUT nacional discorreram sobre o projeto “Ponte para o Futuro” do governo interino. Segundo Junior, também foram discutidos os projetos de lei em tramitação no Congresso Nacional e que interferem nos serviços públicos, direitos sociais, direitos dos servidores públicos, oportunidades e riscos. “O debate foi muito contundente quanto à falta de legitimidade do Governo interino, e sinalizou a necessidade de se iniciar amplo e consistente processo de mobilização com as bases sindicais”, detalhou o representante da FNA.

 

A dificuldade de diálogo e negociação foi abordada durante a reunião. “Com o governo interino, avaliou-se a perda das condições para que haja negociações em torno de ajustes salariais e acordos coletivos”, destacou Junior. Entre as preocupações, está o PLP 257 que estabelece novas condições aos estados na negociação de dívidas com a União e impõe restrições aos direitos de servidores municipais e estaduais, e ônus na contribuição previdenciária.