Depois de dois anos de trabalho, o Observatório de Arquitetura e Urbanismo da Universidade Federal de Mato Grosso do Sul (UFMS) apresenta, no dia 14 de setembro (14/09), às 9h, no auditório do curso de Arquitetura da universidade, o relatório final do trabalho de extensão e pesquisa “Vazios Urbanos em Campo Grande”. O estudo contempla uma pesquisa de todo o perímetro urbano contendo dados pioneiros da cidade de Campo Grande (MS). Na ocasião, também será lançado o sitehttp://observatorio.sites.ufms.br/.

 
De acordo com o arquiteto e urbanista Ângelo Marcos Vieira de Arruda, professor e coordenador do Observatório de Arquitetura e Urbanismo da UFMS, um dos maiores problemas urbanísticos de Campo Grande são os vazios urbanos existentes em seu território. Arruda conta que diversas diretrizes tentaram regular a produção do espaço urbano, levando em conta a necessidade de urbanizar os vazios, desde o início dos planos diretores. A cidade recebeu contingentes populacionais em função de sua futura condição de Capital de Mato Grosso do Sul em 1979 e, com isso, teve um aceleramento em sua urbanização descontrolada. O espaço começou a ser disputado pelos conjuntos habitacionais públicos e as ocupações irregulares em curso.

 
Como resultado desse processo, a cidade teve quase 200 favelas, mais de 10 mil novas casas construídas e cerca de 120 mil lotes vazios no final dos anos 1990. O município chegou a repensar o seu planejamento, mas não dispunha de uma base de dados nos instrumentos de controle. Mais tarde, com a discussão da revisão do Plano Diretor, em 2006, o tema “vazios urbanos” retomou seu protagonismo.

 
O trabalho realizado pelo Observatório de Arquitetura e Urbanismo da UFMS foi feito com apoio da Prefeitura Municipal, por meio do Instituto de Planejamento Urbano de Campo Grande (PLANURB), do Sindicato da Habitação de MS (SECOVI), da FAPEC/UFMS, da FAENG/UFMS e acadêmicos de arquitetura e urbanismo. “Este trabalho apresenta o Relatório Final, depois de quase dois anos de intenso trabalho técnico e urbanístico, com uma equipe de acadêmicos e profissionais extremamente competentes e comprometidos com a causa. Hoje temos orgulho de afirmar que, no Brasil, poucas cidades têm uma radiografia tão expressiva do seu território urbano”, afirma.