Aos 75 anos de idade, 48 deles dedicados à arquitetura, Antonio Carlos Moraes de Castro foi escolhido como um dos vencedores do 11º Prêmio Arquiteto e Urbanista do Ano da Federação Nacional dos Arquitetos e Urbanistas (FNA). A láurea foi concedida na categoria Homenagem Especial a fim de reconhecer um dos grandes profissionais do país que alçou voos em terras estrangeiras representando a categoria dos arquitetos e ajudando a construir a história da profissão.

Moraes de Castro, como é conhecido, começou a viver ativamente num ambiente de pensamento e produção da arquitetura aos 12 anos de idade, quando acompanhava o pai Herval de Castro, também arquiteto e urbanista, nas obras. “Ia para obra ou para o escritório e comecei a me interessar e aprender. Foi um tempo bom”, contou.

Sem interromper sua intensa atuação na arquitetura, Moraes de Castro disse ter buscado assimilar ao máximo os conselhos do amigo arquiteto Jorge Machado Moreira (importante personagem da arquitetura brasileira que foi sócio de Oscar Niemeyer e parceiro deste e de Lúcio Costa no projeto do Ministério da Educação) para nortear as atitudes diante da profissão. “Ele dizia para buscar fazer tudo bem feito, da melhor forma possível e uma vez só. Se não soubesse, seria melhor passar para outro e buscar aprender mais. Foi dessa forma que entendi que a dedicação é fundamental naquilo que fazemos”.

Durante a sua trajetória, o arquiteto coleciona obras, assim como inúmeros prêmios por sua atuação. Moraes de Castro foi presidente do IAB-DF, atuou mais de duas décadas no Conselho Superior do IAB (COSU), foi por três períodos alternados Secretário Geral e Secretário Executivo da Direção Nacional do IAB. Em um período de trinta anos, cinco vezes alternadas, foi conselheiro no CREA-DF representando o Sindicato e/ou o IAB, foi presidente da Federação Pan-americana de Associações de Arquitetos (FPAA), sendo o primeiro arquiteto brasileiro a ser presidente de uma entidade internacional de arquitetos, onde foi também presidente do Conselho Vitalício e, anteriormente, vice-presidente e secretário da região Cone Sul. Membro do Conselho Honorário Vitalício da FPAA, atua nesta entidade há trinta anos.

Além disso, o arquiteto recebeu Medalha do Mérito do CONFEA, a Medalha de Ouro da FPAA , o título de Honorary Member do American Institute of Architects (AIA), também a Presidential Medall do AIA, Medalha do Mérito do Ministério do Trabalho de Cuba, Medalha de Ouro “por sua atividade nas entidades nas Américas” do Society of Architects Registered of América (SARA) e títulos de Arquiteto Honorário outorgado por uma dezena de países. “Fui agraciado com o beneplácito dos colegas em 12 países porque sempre estive na linha de frente com eles nas lutas e reivindicações locais em benefício da arquitetura, dos arquitetos e das populações. O profissional tem que ganhar para sobreviver, mas não deve afastar-se das lutas pelo bem comum e coletivo. Ao contrário, deve estar sempre cooperando e sempre buscando fazer o melhor, seja na área de execução de projetos e obras, seja nas entidades que representamos”, destacou. “Atuar nas entidades profissionais é também uma salutar atribuição profissional.” Por fim, o arquiteto destacou que o reconhecimento da FNA “é uma prova e um sentimento que os arquitetos e as entidades estão em harmonia”.