O primeiro painel do Seminário Nacional “O Futuro da Profissão do Arquiteto e Urbanista” debateu na manhã desta quarta-feira (16/11), no auditório da Federação Gaúcha de Futebol, em Porto Alegre (RS), a Formação do Arquiteto e Urbanista. Com mediação de Rinaldo Barbosa, a painelista Ester Judite Bendjoya Gutierrez lançou o debate sobre a educação do profissional e as Diretrizes Curriculares Nacionais da Arquitetura. Também como painelista, Ivan Mizoguchi destacou a necessidade do debate para tratar dos dilemas que rondam os profissionais desde o ensino nas universidades.
Segundo Ester Judite, que apresentou um estudo sobre o ensino da profissão do arquiteto e urbanista no país, praticamente nas cinco regiões do país as escolas localizam-se nas áreas metropolitanas, nas capitais estaduais. Nesses lugares, o número de arquitetos e urbanistas superou o índice da UIA. No interior das regiões Norte e Nordeste e, com ressalvas, Centro Oeste, onde apareceu a demanda de abertura de cursos, permanecem a falta de condições para estágios. Nos estados das regiões Sul e Sudeste estão as maiores concentrações de profissionais e escolas. Já a área da fronteira da região Norte expôs os piores índices e evidenciou a falta de escolas.
Para a arquiteta e urbanista, para evitar a disparidade atualmente existente e melhor ajustar à demanda de cada lugar é fundamental que as instituições de ensino superior atentem para o número de vagas ofertadas e os profissionais sejam flexíveis. “É importante que os arquitetos e urbanistas explorem cada vez mais a mobilidade profissional, saindo do lugar em que estão sediados para atender as populações, onde estas apresentam as suas necessidades, de modo a fortalecer este exercício profissional. Fazer com que não habilitados estejam desempenhando essa função como consequência direta da inexistência de profissional devidamente capacitado para esse fim é algo inaceitável para a sociedade contemporânea”.
Ela lembrou, ainda, que as Diretrizes Curriculares, obtidas também através do empenho de Maria Elisa Meira, homenageada do 40º ENSA, seguem a mesma proposta de anos atrás.
Por sua vez, Mizoguchi destacou a importância das entidades na formação do profissional e fez o convite para o debate seja alargado e aconteça em prol do futuro da profissão. “Precisamos de um debate coletivo, que pudesse abrir os olhos dos alunos e dos professores sobre os dilemas”, afirmou. “Não é uma questão simples, mas esse debate que estou propondo deve funcionar se for coletivo”, pontuou, lembrando que apenas um congresso da ABEA reuniu 3 mil pessoas.
Mizoguchi trouxe para o debate reflexões de Demétrio Ribeiro, que convidam para uma solução. “Somos criativos, temos que apontar um caminho, lutar por uma solução, assim como Demétrio apontava em 1979”.