Durante as mobilizações do Dia Nacional de Paralisação, realizadas na quarta-feira (15/03), mais de um milhão de pessoas nos 27 estados da União foram às ruas protestar contra as reformas da Previdência e Trabalhista que foram impostas pelo então presidente Michel Temer. No grande ato que encerrou o dia, em São Paulo (SP), o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva discursou e criticou o atual governo.
“Embora seja fraco e sem nenhuma representatividade, o Temer conseguiu colocar dentro do Congresso uma força política que quase nenhum presidente eleito conseguiu e está predestinado a tentar impor uma reforma da aposentadoria que vai praticamente impedir que milhões de brasileiros consigam se aposentar. Ele vai fazer com que os trabalhadores mais pobres, sobretudo os rurais do Nordeste, passem a receber metade de um mínimo, sem saber o que representam para a economia das cidades deste país”, afirmou.
Para Lula, o problema da aposentadoria não é dinheiro. “Gostaria que o Meirelles e o Temer estivessem ouvindo para saber que um dia resolvemos isso com política de geração de renda que proporcionou crescimento inédito de receitas, entre 2008 e 2014, de 54%, com queda de desemprego e da informalidade”, lembrou.
O presidente nacional da CUT, Vagner Freitas, reforçou a importância das manifestações realizadas no país. “Nós temos tido várias datas históricas na luta da resistência do povo trabalhador. Hoje (quarta-feira) foi um dia extraordinário, com muita adesão e deixa claro que o povo é contra a Reforma da Previdência e Trabalhista.”
Para Freitas, a manifestação prova que não é possível que o governo insista na tramitação dos projetos. “Não vamos negociar migalhas com o Temer, não vamos negociar migalhas com golpista. O Temer tem que retirar do Congresso a Reforma da Previdência. Se ele não retirar, nós vamos organizar a maior greve-geral que este país já viu.”