Um dos palestrantes da manhã deste sábado (2/12), no 41º Encontro Nacional de Sindicatos de Arquitetos e Urbanistas (ENSA), em Belo Horizonte (MG), o secretário de Organização da Central Única dos Trabalhadores (CUT), Ari Arolaldo Nascimento, falou sobre a reforma trabalhista e a necessidade de repensar a formação sindical. Isso tudo porque, no novo cenário do país, para ele, assim como se debate o avanço da tecnologia no mercado de trabalho, também se debate o trabalho escravo. “Temos os dois extremos”, alertou.

Nascimento destacou a importância de uma análise a ser feita, principalmente nesse período de reformas, para entender como a indústria e como trabalhadores se movimentam. Ele citou a Revolução Industrial e a chegada dos computadores como início das mudanças que estão acontecendo. “Houve uma mudança da forma de produção. Teve que haver um processo de reciclagem dos trabalhadores, de adequação as novas formas de produção”, afirmou. “O que a gente vê agora, por exemplo, nessa quarta Revolução Industrial ou indústria 4.0, é que cada vez menos trabalhadores vão ser usados no processo de produção”.

Segundo o palestrante, o movimento sindical vive, mais do que nunca, um processo de disputa. “Mas nós vamos resistir a reforma trabalhista”, disse. “A gente precisa debater essa questão”. Ele citou a disseminação dos aplicativos, como os de transporte privado, e a chegada da reforma trabalhista para a abertura de um novo mercado. “A reforma trabalhista abriu um mercado para que se vá além, para que os profissionais possam ser liberais. Mas precisamos pensar como na nossa organização sindical vamos dar conta desse trabalhador e trabalhadora, que vai envelhecer”, questionou.

“Precisamos repensar muito a nossa forma de organização sindical, que foi feita quando a maioria dos trabalhadores estavam no meio rural”, ressaltou, destacando que o sindicato se apresenta normalmente como um entrave para o empresário. “Esse é um dos pontos importantes quando se fala e quer retirar o sindicato da negociação coletiva”, explicou. Para o futuro, Nascimento destaca: “A vida não vai ser nem um pouco fácil, mas também nunca foi. A gente tem que fazer uma boa leitura do que está acontecendo”, disse. “A CUT não tem uma fórmula pronta para essa situação, mas sei que precisamos de espaço como esses de debate”.