As questões de gênero e suas relações são o tema central do evento “Arquitetura: substantivo feminino” organizado pelo Conselho de Arquitetura e Urbanismo do Rio de Janeiro (CAU-RJ) que acontece dia 6 de março na sede do Conselho (Av. República do Chile, 230, 23º andar, Rio de Janeiro – RJ).

O evento, das 14h às 19h30, contará com três painéis: “Representatividade no CAU” (14h às 15h30), “Mulheres e Cidade” (16h às 17h30) e “Ser Arquiteta” (18h às 19h30). A proposta é discutir os problemas enfrentados pelas profissionais de arquitetura e urbanismo desde a faculdade até o ingresso no mercado de trabalho. Além disso, o evento busca valorizar as mobilizações do Dia Internacional da Mulher, comemorado no dia 8 de março.

Com a presença de Gilcinéa Barbosa, arquiteta e presidente do CAU/BA, Margarida Pressburger, ex-presidente da Comissão da Mulher do Instituto dos Advogados Brasileiros, o primeiro painel abordará questões em torno da representatividade feminina nos Conselhos de Arquitetos e Urbanismo. Para a conselheira do CAU-RJ e uma das organizadoras do evento, Luciana Ximenes, realizar encontros que tenham a diversidade como pauta é indispensável. “Apesar de as mulheres estarem em maior número na profissão, o mercado é ainda muito voltado para os homens, especialmente os cargos de chefia e de coordenação”, destaca Luciana.

No segundo momento do evento será abordada a relação das mulheres com a cidade, tema que será debatido na presença da arquiteta e urbanista Priscila Gama. Ela desenvolveu o aplicativo Malalai, que trabalha contra a violência da mulher, auxiliando usuárias a encontrar rotas mais seguras na cidade. As pesquisadoras Poliana Monteiro, Macela Abla e Rossana Tavares contribuirão com o debate tratando da atuação das mulheres na luta pelo direito à cidade, na resistência às remoções e na produção habitacional, tendo em vista que as lideranças femininas nos movimentos sociais estão cada vez maiores.

Por fim, as estudantes de arquitetura e urbanismo da FAU/UFRJ Mikhaila Copello e Vanessa Ribeiro falarão sobre o assédio enfrentado nas faculdades de Arquitetura. Tainá de Paula, coordenadora regional da Plataforma Brasil Cidades e consultora técnica do MTST do Rio de Janeiro, vai ministrar apresentação sobre as questões no mercado de trabalho. O encontro traz ainda Júlia Mazzuti, uma das fundadoras do coletivo Arquitetas Invisíveis – canal que busca promover a igualdade de gênero na arquitetura e urbanismo por meio da divulgação da vida e obra de arquitetas desprestigiadas pela história.

Além das questões de gênero, o debate racial também permeará o evento e será abordado nos três painéis. O CAU-RJ é pioneiro entre os conselhos estaduais a abordar questões de gênero no país e, recentemente, aprovou a criação da Comissão Temporária de Equidade de Gênero. “Há várias demandas que queremos atender. Uma delas é prestar um tratamento especial para casos de assédio no mercado de arquitetos e urbanistas”, enfatiza a conselheira.