Em cumprimento à uma notificação do Sindicato dos Arquitetos e Urbanistas do Paraná (Sindarq-PR), no dia 26 de março, o governo do Paraná e a Academia Paranaense de Letras colocaram uma cobertura especial no Palácio Belvedere, símbolo da arte nouveau de Curitiba. Em dezembro de 2017, a edificação de 1915 foi danificada por incêndio que atingiu a cobertura do prédio de dois pavimentos e deixou exposta à chuva a parte interna onde ficam os os elementos arquitetônicos.
Para proteger o reconhecido patrimônio cultural do país, o Sindarq-PR estipulou um prazo de 100 dias para que as autoridades instalassem, mesmo que provisoriamente, uma cobertura para evitar maiores danos na edificação. “O prazo estava se encerrando, então resolvemos ingressar com uma ação extrajudicial para que o combinado fosse cumprido e para que as autoridades entendessem que não iríamos aceitar tamanho descaso”, afirma o presidente do sindicato, Milton Carlos Gonçalves.
De acordo com o dirigente, a negligência com as construções arquitetônicas que integram as Unidades de Interesse de Preservação (UIP) têm se tornado recorrente no Paraná. Gonçalves cita o caso da Casa Erbo Stenzel, que também foi danificada em um incêndio no ano passado. “Apesar de apenas a parte interna ter sido comprometida, a parte externa ficou intacta, mas mesmo assim as autoridades optaram pela destruição da casa, em vez do restauro”, lamenta.
Para que o mesmo não ocorra com o Belvedere, o presidente do Sindarq-PR afirma que o próximo passo é monitorar e cobrar das autoridades a reforma definitiva do Palácio, que já há alguns anos está sendo ocupado por moradores de rua em decorrência do abandono do prédio. “Estamos acertando com o Conselho de Arquitetura e Urbanismo do Paraná (CAU-PR) uma parceria para seguir fiscalizando e verificar qual o plano de restauro. Não queremos que isso se torne recorrente e a reforma fique para daqui a dois anos”, afirma Gonçalves.
Texto: Camila Silva/Assessoria de Imprensa – FNA
Foto: Cesar Brustolin/SCMS