Assim como o Museu Nacional, no Rio de Janeiro, que perdeu grande parte de seu acervo de 20 milhões de objetos devido a incêndio fulminante na noite de 5 de setembro, outros prédios históricos no Brasil vêm sendo vítimas do descaso do poder público. São construções destruídas pelo fogo ou entregues às traças.

Confira alguns casos que ocorreram no Brasil nos últimos anos:

Museu da Língua Portuguesa (SP)
Um incêndio de grandes proporções atingiu o prédio do Museu da Língua Portuguesa, em São Paulo (SP), na tarde de 21 de dezembro de 2015. A tragédia foi causada por curto-circuito que teve início no primeiro andar, onde estava sendo exibida a exposição “O tempo e eu”, baseada nos trabalhos do historiador Câmara Cascudo. Mesmo com as instalações destruídas, não houve grande perda de acervo, que estava digitalizado. O maior prejuízo foi ao patrimônio arquitetônico do prédio, inaugurado em 1867 e restaurado em 2006.

Mercado Público de Porto Alegre (RS)
Em 6 de julho de 2013, um incêndio de grandes proporções atingiu o segundo andar do Mercado Público de Porto Alegre (RS). O fogo consumiu parte do prédio histórico, que é um dos mais tradicionais do Rio Grande do Sul. As investigações da Polícia Civil chegaram à conclusão de que a combustão foi provocada por uma fritadeira elétrica, ligada na cozinha de um restaurante.Cerca de 20 estabelecimentos foram atingidos pelo fogo . Após cinco anos do ocorrido, o segundo andar segue fechado ao público.

Casarões no Pelourinho (BA)
Um dia após a tragédia do Museu Nacional (03/09), um incêndio de grandes proporções destruiu dois casarões na região da Baixa dos Sapateiros, no Pelourinho, em Salvador (BA). Os imóveis atingidos pelo fogo não eram tombados, mas pertenciam ao centro antigo da capital baiana, área considerada estratégica enquanto patrimônio histórico, que concentra prédios do século 19. No ocorrido, José Hunaldo Moura de Carvalho, 85, dono de serraria que funcionava em um dos dois casarões incendiados, foi encontrado nos escombros pelo Corpo de Bombeiros. A Polícia Civil da Bahia ainda investiga as causas do incêndio.

Assentamento em São Paulo (SP)
Um prédio de 24 andares na região do Largo do Paissandu, no centro de São Paulo (SP), pegou fogo e desabou no dia 1º de maio de 2018. O edifício, que já havia sido sede da Polícia Federal e pertencia à União, estava ocupado por 150 famílias. As chamas começaram durante a madrugada após um curto-circuito no quinto andar. Apenas cinco vítimas foram identificadas pela polícia. A queda também atingiu prédios do entorno, como a Igreja Luterana Martin Luther, do início do século 20, que perdeu parte da sua estrutura.

Farol do Saber em Cidelândia (MA)
Um dia antes da tragédia no Museu Nacional, outro prédio público cultural foi consumido pelo fogo. A biblioteca pública Farol do Saber Cícero Marcelino, a 640 quilômetros de São Luís (MA), teve suas estruturas, móveis e livros destruídos. O local, que pertence a uma rede de 118 unidades, estava desativado aguardando verba para a reforma. Ainda não foram divulgadas as causas do incêndio.

Foto: Joel Vargas / PMPA