Dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílio (PNAD) Contínua do IBGE mostram que o país registrou 92,62 milhões de pessoas ocupadas no terceiro trimestre (junho a setembro) deste ano. Deste total, 39,66 milhões ou 42,8% dos trabalhadores não tinham carteira assinada no período. Ou seja, a cada dez brasileiros, quatro atuam na informalidade.

Fazem parte deste grupo empregados nos setores público e privado sem registro, pessoas que atuam por conta própria sem CNPJ, trabalhadores domésticos sem carteira e quem trabalha em família. Este é o maior percentual trimestral desde que a PNAD começou a separar a atividade por conta própria com e sem CNPJ no final de 2015.

No caso dos arquitetos e urbanistas, a maioria trabalha informalmente e poucos têm carteira assinada. O percentual de trabalhadores sem CNPJ chega a 80% segundo dados do Censo realizado pelo CAU/BR em 2012. “A sociedade ignora o trabalho e a responsabilidade civil do arquiteto e urbanista”, avalia Cárin Regina D’Ornellas, diretora tesoureira do Sindicato dos Arquitetos e Urbanistas no Estado do Rio de Janeiro (SARJ).

Segundo a dirigente, é preciso informar a população e também melhor preparar os estudantes de Arquitetura e Urbanismo que estão saindo das universidades. “Nossa luta sindical tem urgência na informação e recuperação desta maioria que anda muito desvalorizada”, comenta Carin.

Na opinião da arquiteta e urbanista, também é preciso buscar alternativas que deem oxigênio à profissão e aos profissionais autônomos, para que possam continuar contribuindo com a sociedade, em melhores condições fiscais e legais de trabalho. “Somente assim teremos cidades mais humanas e seguras para todos”, acredita.

Foto: istock/filipefrazao