Esta segunda-feira (7) será de luta em todo o Brasil para marcar o Dia Mundial dos Sem-Teto, data conhecida mundialmente como Dia Mundial do Habitat. Por todas as regiões do país, entidades que atuam em defesa do direito à moradia e à cidade promovem mobilizações para chamar a atenção sobre a situação de milhares de pessoas sem teto hoje no Brasil, e para denunciar o descaso de governos com as populações que não têm acesso à moradia digna.
Em Porto Alegre, a concentração começa na Ocupação 20 de Novembro já às 7h, e prevê caminhada até a Praça da Matriz, local que concentrará diversas manifestações, atividades culturais e debates públicos, além de servir como palco de denúncias ao Ministério Público e outras organizações. A Jornada Nacional de Luta por Moradia no Rio Grande do Sul vai chamar a atenção para os cortes e contingenciamentos nos programas de âmbito social, para o desmonte das políticas públicas dos Ministérios e dos Conselhos de Participação e Controle Social. Em outra frente, as 10 entidades envolvidas no movimento vão denunciar as obras paralisadas, os atrasos nos pagamentos e nas medições dos programas habitacionais como o Minha Casa Minha Vida. Em São Paulo, os manifestantes se concentram, a partir das 9h da manhã, em quatro pontos da região central da capital: em frente ao Museu Catavento, próximo ao terminal Parque Dom Pedro, no Pátio do Colégio, nos arredores da Praça da Sé, no Largo do Paissandu e na Praça Princesa Isabel. Os manifestantes devem se encontrar e marchar pelas ruas do centro.
O Dia Mundial do Habitat: criado pela ONU, em 1985, e é celebrado anualmente na primeira segunda-feira de outubro em todo o mundo. É o dia para lembrar a importância do habitat, o crescimento da população e as condições do meio ambiente.
A data nesta segunda-feira ganha força ainda maior com a libertação de Carmen Silva, líder feminina e coordenadora do Movimento dos Sem Teto do Centro, de São Paulo (SP), após habeas corpus concedido na semana passada pela Justiça de São Paulo. Presa desde agosto deste ano, Carmen foi vítima de um processo arbitrário, sob as mesmas acusações pelas quais já tinha sido absolvida anteriormente, em primeira e segunda instâncias. A criminalização do movimento popular, especialmente atacando lideranças que têm forte atuação em defesa da moradia, ainda faz muitas vítimas no Brasil, a exemplo de Preta Ferreira e Sidney Ferreira, do mesmo movimento de Carmen, que seguem presos há mais de 100 dias.
A Jornada Nacional de Luta por Moradia é convocada nacionalmente pela Central de Movimentos Populares (CMP), Confederação Nacional das Associações de Moradores (CONAM), Confederação Nacional dos Trabalhadores Rurais Agricultores e Agricultoras Familiares (CONTAG), Movimento Nacional de Luta pela Moradia (MNLM), Movimento de Luta nos Bairros, Vilas e Favelas (MLB), Movimento dos Trabalhadores Desempregados (MTD), Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), Movimento dos Trabalhadores Sem Teto (MST), Confederação Nacional dos Trabalhadores e Trabalhadoras na Agricultura Familiar do Brasil (Contraf Brasil) e União nacional por Moradia Popular.
Foto: MTST / divulgação