Os sindicatos de arquitetos e urbanistas de diversos estados que estão presentes no 43° ENSA – Clóvis Ilgenfritz da Silva, em Salvador (BA), relataram, na manhã desta sexta-Feira (29), a situação fiscal e de gestão das entidades, especialmente após o término do pagamento obrigatório da contribuição sindical urbana, CSU, dos profissionais em atividade, a partir da Reforma Trabalhista em vigência desde novembro de 2017. A mesa foi coordenada pela secretária de Finanças da Federação Nacional de Arquitetos e Urbanistas (FNA), Juliana Betemps.

Todas as entidades foram unânimes em afirmar que o cenário é de transformações, com queda da contribuição sindical urbana que passou a ser facultativa. A situação financeira, em sua grande maioria, exige iniciativas como formação de convênios – que revertem parte dos recursos para os sindicatos – e se mostram atrativas para aos profissionais.
Na apresentação de seus balanços, foram demonstradas as gestões de sindicatos que até o momento formalizaram convênio contábil com a Federação Nacional dos Arquitetos e Urbanistas (FNA). Na Paraíba, por exemplo, a principal ação no momento é uma aproximação com os profissionais que já estão no mercado e com os que estão saindo da faculdade – a proposta é fazer com que conheçam efetivamente a atuação de uma sindicato em prol da categoria. Em Santa Catarina, após um período turbulento com a saída de parte da diretoria, a expectativa é que em 2020 ocorra uma melhoria na saúde financeira do sindicato, a partir do processo eleitoral que está em curso.

Juliana Betemps coordenou a mesa nesta manhã de sexta-feira (29)

Entre os sindicatos sem convênio contábil com a FNA, o de Rondônia destacou a parceria com o Senge local, fato que garante infraestrutura para o funcionamento sindical. Sem sede própria, o sindicato de Rondônia mantém como principal fonte de renda convênio com instituição de pós-graduação. No Rio Grande do Norte, a situação se repete: sem sede própria, tem dificuldades em dar visibilidade ao sindicato e, por sua vez, compromete o levantamento de receitas com filiação. No Paraná, que recentemente empossou nova diretoria, foi destacado como fato positivo o ingresso de arquitetos e urbanistas atuantes que viram no sindicato uma forma de sentirem representados. Do Distrito Federal, o coordenador do Arquitetos DF, Danilo Matoso, conclamou os sindicatos a uma posição mais otimista diante das dificuldades, reforçando a importância de desenvolver ações de planejamento e de gestão que resultem positivamente sobre o sindicato e seu corpo de profissionais filiados.

FNA reforça importância de atuar pela categoria e pela sociedade

O presidente da FNA, Cicero Alvarez, expôs a formação sindical da FNA aos participantes do 43° ENSA, destacando o papel prioritário da federação ao longo dos seus 40 anos. “Não visamos o lucro, atuamos na defesa dos direitos da categoria de arquitetos e urbanistas e em benefício da sociedade”, afirmou Cicero. O presidente da FNA lembrou que a base da FNA são seus sindicatos mas que, diante das dificuldades impostas há uma inversão dessa lógica, onde a FNA atua dando suporte as entidades. “Para mudarmos o quadro que está posto é fundamental que tenhamos uma postura mais forte diante dessas dificuldades”, afirmou.

Atuamos em defesa do profissional arquiteto e urbanista e em benefício da sociedade, pontuou Cicero

Atuamos em defesa do profissional arquiteto e urbanista e em benefício da sociedade, pontuou Cicero

Em gestão que vai até 31 de dezembro, a FNA mantém o compromisso auxiliar nos trâmites dos processos eleitorais de sindicatos que devem acontecer ainda neste ano, caso de Santa Catarina, Goiás e Pará. Além disso, Cicero citou a parceria com o IAB-DN para o Congresso da UIA2020 que envolve duas pautas: a ATHIS e o mundo do trabalho.
“Uma entidade sindical não pode ter como principal fonte de receita apenas recursos de uma empresa de saúde”, salientou Cicero, chamando a atenção para a importância da mobilização em torno da contribuição sindical e associativa.

 

Fotos: Carolina Jardine