O Conselho de Arquitetura do Distrito Federal (CAU/DF) lançou, nessa terça-feira (30/06), a Cartilha de Orientações Escritórios Populares de Arquitetura, iniciativa que visa a fomentar a diversificação do campo de atuação profissional dos arquitetos e urbanistas, fornecendo subsídios à constituição de Escritórios Populares de Arquitetura sustentáveis, capazes de atender as periferias das cidades, hoje na sua maior parte construídas com pouca ou nenhuma participação de técnicos da área de arquitetura e engenharia.
A publicação é um dos produtos elaborados pela Idealiza Tools & Methods, a partir de uma proposta programática do Sindicato dos Arquitetos do Distrito Federal (ArquitetosDF) por um modelo de negócios para a implementação de Escritórios Populares de Arquitetura. O projeto foi abarcado pela Comissão Temporária de Política Urbana e Ambiental (CPUA) do CAU/DF, com o apoio das entidades do Colegiado de Entidades de Arquitetura e Urbanismo do Distrito Federal (CEAU-CAU/DF).
De acordo com o coordenador do ArquitetosDF, Danilo Matoso, a formatação clássica tem canalizado a atuação dos arquitetos para uma parcela muito restrita da população – apenas cerca de 10%. “Com a expansão dos cursos de arquitetura, e o grande aumento do número de profissionais, é não apenas necessário, mas desejável, que passemos a atuar em regiões tradicionalmente desassistidas, para classes sociais que usualmente não fazem uso de arquitetos”, sustenta. Segundo ele, a ideia de Escritórios Populares de Arquitetura engloba não somente a ATHIS (Assistência Técnica em Habitação de Interesse Social). “Diz respeito à ampliação do campo de possibilidade de atuação profissional dos arquitetos na construção efetiva de nossas cidades”, pontua. Além disso, o dirigente afirma que para promover essa mudança é necessário repensar a profissão e o escopo de atuação do arquiteto, que deve voltar a ser o ‘archi-tékton, o principal artífice’ no processo de produção dos edifícios. “O arquiteto deve ser capaz de conceber, projetar, orçar, planejar e administrar uma obra.”
A cartilha está disponível para download no site do Arquitetos DF e no site do CAU/DF