A memória ambiental brasileira está em chamas. O Pantanal, a maior área úmida do planeta, com sua fauna e flora exuberantes, clama por socorro. A devastação dessa riqueza ambiental que ocorre sob o aceite e deboche do governo – que tenta ainda omitir os dados sobre as queimadas, que são públicos -, leva a Federação Nacional dos Arquitetos e Urbanistas (FNA), juntamente com seus sindicados filiados, a chamar a atenção da sociedade civil sobre o genocídio que acontece numa das áreas mais ricas em diversidade do planeta.

O fogo que avança com rapidez por toda a região já consumiu mais de 2,3 milhões de hectares de mata, o que representa mais de 15% de toda a extensão do bioma no Brasil. Para efeito de comparação, a área queimada corresponde a quase três vezes a região metropolitana de São Paulo, ou o equivalente a 15 vezes a área da capital paulista.

O país está em chamas! A fauna que define a identidade e a terra dos brasileiros está em risco. O mesmo governo que estampa seus animais em notas de dinheiro é ineficaz diante de uma tragédia ambiental sem precedentes.

O fogo é fruto de um abandono que se perpetua por meio de canetaços – um aval para a  impunidade de desmatamentos, queimadas e investidas de grandes grupos fazendeiros. Em apenas um ano, 1,3 mil km 2 da região foram desmatadas, 34% maior em relação ao mesmo período do ano passado.  O descaso também se traduz em cifras: o governo cortou os orçamentos do Ibama e do ICMBio para 2021, o que pode comprometer ainda mais a atividade de fiscalização de crimes ambientais e conservação de biomas.

O Brasil está em chamas!

É preciso recurso para manter a fiscalização em áreas de riqueza ambiental.

É preciso apoio à pesquisa e aos servidores públicos que atuam na área ambiental.

É preciso assistência técnica para áreas protegidas e proprietários de terras da região.

É preciso apoio às entidades que atuam na área socioambiental.

É preciso desenvolver políticas públicas para o meio ambiente.

É preciso aumentar a penalização contra quem comete crimes ambientais.

É preciso justiça ambiental.