O 27º Congresso Mundial de Arquitetos UIA2021RIO será um evento híbrido, com sessões virtuais, a partir de março, e atividades presenciais, de 18 a 22 de julho, no Rio de Janeiro, transmitidas ao vivo, pela internet, para congressistas do mundo todo. Nos próximos dias, a Federação Nacional dos Arquitetos e Urbanistas (FNA) definirá os nomes dos integrantes da Comissão de acompanhamento do congresso.

A primeira Semana Mundial de Arquitetos UIA2021RIO, com conteúdo digital, será de 22 a 25 de março. Durante esta semana, o conteúdo estará aberto; depois, só terão acesso os inscritos no Congresso, cujos valores são € 90 para profissionais e € 60 para estudantes.

O tema escolhido para abrir o UIA2021RIO, em março, é aquele que mais aflige e preocupa o mundo atualmente: as fragilidades e desigualdades sociais. Arquitetos e urbanistas, nas mais diferentes metrópoles, têm atuado no enfrentamento de situações críticas, tentando reverter as condições precárias de moradores de favelas, cortiços, abrigos temporários, assentamentos informais e unidades habitacionais produzidas por autoconstrução ou autogestão. E eles trazem suas visões e experiências para o UIA2021RIO.

O primeiro debate da semana – com o título Arquitetura da Inclusão Social – reúne a arquiteta suíça Fabienne Hoelzel, a socióloga carioca Maria Alice Rezende de Carvalho e a jornalista Mariana Barros, que faz a moderação.

Fabienne Hoelzel teve uma experiência na Secretaria Municipal de Habitação (Sehab) do Município de São Paulo e participou no Programa de Urbanização de Favelas (2009-2012). Ela é fundadora do Fabulous Urban, escritório de Design Urbano e Pesquisa com sede em Zurique, Suíça, e filial em Lagos, Nigéria. Fabienne comenta no debate o projeto Makoko Neighbourhood Hotspot, um centro comunitário polivalente que faz uso de biogás.

Historiadora e socióloga, Maria Alice Rezende de Carvalho faz uma análise ampla sobre as intervenções urbanas em favelas no Brasil, destacando o contexto político. A convite da FINEP (Financiadora de Estudos e Projetos), Maria Alice participou da avaliação da primeira fase do Favela-Bairro, um dos mais destacados programas de urbanização de favelas, iniciado na década de 1980. Mais de 20 anos depois, a pedido do Instituto de Arquitetos do Brasil, ela elaborou um manual para ajudar os escritórios de arquitetura em seus diagnósticos sociais. Especialista no tema das cidades, Mariana Barros faz uma boa costura das abordagens.

O debate seguinte, sobre “O que é mesmo periferia?”, traz duas outras personalidades marcantes: o arquiteto Alfredo Brillembourg e o líder comunitário Gilson Rodrigues.

Alfredo é natural de Nova York e comanda o Urban-Think Tank (U-TT), escritório de design interdisciplinar em Caracas, na Venezuela. Seu foco é a inovação e a sustentabilidade em projetos para populações que vivem na informalidade – inclusive em razão de migrações. Em Nova York, fundou o laboratório de habitação urbana sustentável S.L.U.M. Lab.

Ele conversa com o Gilson Rodrigues, que nasceu na Bahia e hoje é conhecido como o “prefeito de Paraisópolis”, uma das maiores favelas da cidade de São Paulo. Gilson coordena o G10 das favelas, grupo de lideranças comunitárias com atuação nacional. A moderação cabe ao arquiteto Fernando Serapião, editor da revista Monolito.

O terceiro debate trata especificamente da “Arquitetura na Favela” e conta também com nomes ilustríssimos: os arquitetos Alejandro Echeverri e Jorge Jáuregui. Conhecido por um dos mais arrojados projetos de intervenção urbana e social – em Medellín, sua cidade natal, entre 2004 e 2008 – o colombiano conta como a arquitetura é capaz de mudar comportamentos.

O argentino Jorge Jáuregui, que há mais de 30 anos trabalha no Rio de Janeiro, comenta os pontos fortes e fracos de praticamente todas as iniciativas de urbanização de favelas já realizadas na metrópole e ainda traz as novidades de seus últimos trabalhos na República Dominicana. Entre os dois craques, quem assume a moderação é a também arquiteta e editora da revista Projeto, Evelise Grunow.

E ainda tem mais. Para consolidar esses conteúdos densos e de alta relevância será realizada uma live de encerramento. Convidados especiais discutirão as questões destacadas nos debates. “Será uma oportunidade para retomar tópicos apontados nos debates, cruzar ideias, consolidar os conhecimentos”, diz Elisabete França, Coordenadora do Comitê Científico do UIA2021RIO, que lidera a montagem da programação de debates.

A partir de março, a cada mês, o UIA2021RIO promoverá estes debates em série, culminando em lives. Em julho, as atividades presenciais realizadas entre os dias 18 e 22 serão transmitidas online.

Confira os horários da Primeira Semana Mundial de Arquitetos UIA2021RIO:

22/03 – 9h

A arquitetura da inclusão social

Fabienne Hoelzel (Suíça) e Maria Alice Rezende de Carvalho (Brasil)

Moderado por Mariana Barros

23/03 – 9h

O que é mesmo periferia?

Alfredo Brillembourg (Venezuela/EUA) e Gilson Rodrigues (Brasil)

Moderado por Fernando Serapião

24/03 – 9h

Arquitetura na favela

Alejandro Echeverri (Colombia) Jorge Jáuregui (Brasil)

Moderado por Evelise Grunow

25/03 – 11h

Live de Encerramento Fragilidades e Desigualdades

 

Mais informações no site do evento