A Operação Lavo Jato custou aos brasileiros 4,4 milhões de empregos, comprometeu 3,6% do PIB, fez com que o país deixasse de arrecadar R$ 47,4 bilhões em impostos e R$ 20,3 bilhões em contribuições sobre a folha, além de ter reduzido a massa salarial do país em R$ 85,8 bilhões. Essas são algumas das conclusões que constam no estudo “Implicações Econômicas Intersetoriais da Operação Lava Jato”, que o DIEESE fez a pedido da CUT. Nele, economistas e técnicos fizeram um balanço dos estragos causados pela operação à economia brasileira e concluíram que, no total, 1.075.719 empregos foram extintos só no setor de construção civil, o mais afetado.

O levantamento traz outros dados sobre a destruição provocada pela Lava Jato na economia brasileira. De 2014, quando foi deflagrada até 2017, cerca de R$ 172,2 bilhões deixaram de ser investidos no Brasil. Desse montante, R$ 104 bilhões se referem a investimentos que deixaram de ser feito na Petrobras, que passou a ser uma empresa apenas de prospecção e petróleo, perdendo a característica de desenvolvedora de tecnologia e indutora do crescimento econômico do país e outros R$ 67,8 bilhões em investimentos que deveriam ter sido feitos em obras de infraestrutura, paralisadas pela Lava Jato.

A operação custou ao Brasil, entre 2014 e 2017, por conta disso, mais de 4,4 milhões de empregos e uma redução de 3,6% no PIB. “O Brasil deixou de gerar essa riqueza em função do não investimento e isso tem impacto no país até hoje”, diz Fausto Augusto Jr, diretor técnico do Dieese.

Ele diz ainda que ao se observar o quanto o Estado deixou de arrecadar, o total chega a R$ 47,4 bilhões de reais, valor 12 vezes maior o que a Lava Jato diz ter recuperado aos cofres públicos. Sobre esse valor ainda haveria a incidência R$ 20 bilhões, valor que deixou de ser arrecadado para a previdência, por exemplo. Os dados ainda mostrar que a massa salarial poderia ter chegado a R$ 86 bilhões, “dinheiro que poderia ter circulado na economia”, afirma o técnico do Dieese.

De acordo com o estudo, setores foram mais afetados, como o da construção civil, mas outros foram desorganizados, como o setor de engenharia. “A gente viu um conjunto importante de engenharia, de projeto, de execução, tudo ser desmontado porque esses setores não estão mais nas empresas que quebraram por causa da paralisação das obras”, explica Fausto.

Acesse o estudo aqui

Fontes: CUT/Dieese
Foto: Lamontak/Istock