Assédio moral é a prática mais tolerada dentro do ambiente de trabalho do que em outros espaços sociais. Uma das explicações é o fato do assediador, normalmente, exercer um cargo de liderança dentro da empresa ou organização. Ele, geralmente, não ocorre de maneira clara, e o assediador, que se julga dotado de poder superior ao assediado, se esconde em atitudes sutis e sorrateiras. Apesar de ser mais recorrente com as mulheres, o assédio também pode acontecer com homens. O perfil do assédio no ambiente de trabalho de Arquitetos e Urbanistas foi tema abordado em mais um encontro da série de “Oficinas Jurídicas – Construindo Sindicatos”, promovido pela Federação Nacional dos Arquitetos e Urbanistas (FNA). O evento, realizado na segunda-feira (07/03), faz parte de uma parceria da entidade com o escritório LBS Advogados. Com o tema “Assédio Moral: questão de gênero e diversidade no ambiente de trabalho”, a oficina virtual foi conduzida pela advogada da LBS Laís Carrano e pela presidente da FNA, Eleonora Mascia.

A advogada explicou as diferenças de assédios e como identificá-los. “A partir do entendimento do que configura assédio e como o judiciário se posiciona, os dirigentes das entidades sindicais poderão fiscalizar os ambientes de trabalho e garantir um acolhimento da vítima e avaliar a aplicação das medidas cabíveis”, explicou Laís. Ela também detalhou a forma como o assédio é manifestado dentro do ambiente de trabalho e como essa é uma opressão que, na maior parte dos casos, as vítimas sofrem caladas. Provocação, ridicularização, gozação, desqualificação são algumas das várias formas. A prática se torna um problema ainda mais sério quando está vinculado a questões de gênero.

Segundo Laís, o assédio moral é um dos mais difíceis de ser identificado e também denunciado devido à sutileza em que ele é praticado. Salários desiguais, cobrança excessiva, descredibilidade e inferiorização são práticas, infelizmente, comuns na rotina das mulheres. “Por isso, a importância de os sindicatos ajudarem as mulheres a identificar essas questões e a denunciarem”.

Para Eleonora, a questão de gênero é um tema muito atual e de muito interesse das lideranças sindicais e de todos que militam por direitos iguais. “A gente está em um momento onde precisamos fortalecer ainda mais a nossa luta por igualdade contra qualquer tipo de discriminação de gênero, orientação sexual. Precisamos buscar pela diversidade em um ambiente de trabalho saudável onde as pessoas possam ser respeitadas”, afirmou.