Mobilizações estão ocorrendo em todo o país desde a madrugada dessa sexta-feira (28/4), durante a greve geral convocada pelas frentes populares brasileiras. Os movimentos são contra as reformas da Previdência e Trabalhista em tramitação, propostas pelo governo de Michel Temer. Ônibus, trens e metrôs não tiveram atividade na maior parte do país. Passeatas foram realizadas por trabalhadores de diversas categorias nas maioria das principais capitais, como São Paulo (SP), Porto Alegre (RS) e Rio de Janeiro (RJ), entre outras, bloqueando avenidas e estradas que dão acesso às cidades.

Líderes de sindicatos e entidades fizeram considerações positivas sobre a adesão às paralisações, como o dirigente do Sindicato de Metroviários de São Paulo, Wagner Fajardo, e o secretário de finanças da CUT nacional, Quintino Severo. As vias de acesso de grande aeroportos, como os de Brasília (DF), Guarulhos (SP), Rio de Janeiro (RJ) e Curitiba (PR), entre outros, foram interrompidas e alguns voos foram cancelados.

Confronto foi registrado em Porto Alegre (RS), entre servidores públicos e a Guarda Municipal, que usou spray de pimenta  e bombas de gás para dispersar os manifestantes. De acordo com o Sindicato dos Municipários de Porto Alegre (Simpa), ao menos dez servidores ficaram feridos e foram encaminhados ao HPS. Na maior parte da região metropolitana da capital, os ônibus municipais e intermunicipais não saíram das garagens, que foram bloqueadas por protestantes e sindicatos.

Na Grande São Paulo (SP), um grupo de índios fechou o trânsito e ameaçou atirar flechas em quem se aproximava. Na capital do estado, até às 10h, pelo menos 16 pessoas foram presas pela Polícia Militar, segundo informações da Secretaria de Segurança Pública (SSP). Várias rodovias e vias foram obstruídas pelos manifestantes da cidade, como a Marginal Tietê.

Durante a manhã desta sexta-feira, um advogado foi baleado por um condutor de veículo contrário a greve, enquanto caminhava pelas ruas de Natal (RN). O motorista teria ultrapassado o bloqueio da rotatória entre as BRs 406 e 101 Norte e atirado contra os manifestantes. O advogado não tinha relação com o protesto, e foi atingido em um braço e uma perna pelos disparos. O atirador fugiu do local.

Até o meio-dia, segundo informações obtidas pela imprensa, cerca de mil manifestantes se concentraram na Esplanada dos Ministérios, em Brasília (DF). Os protestos na cidade estão previstos durante toda a sexta-feira. A previsão é realizar uma caminhada no sentido do Congresso Nacional. Há expectativa de apoio ao protesto por  um grupo de três mil indígenas que estão acampados na Esplanada.

As manifestações devem ocorrer durante todo o dia, até a meia-noite desta sexta-feira.

* As informações são da CUT/BR, Jornal Sul 21, Brasil 247, Portal G1