A arquiteta e urbanista Carla Juaçaba é a única brasileira a compor o pavilhão do Vaticano na 16ª Mostra Internacional de Arquitetura – Bienal de Veneza. Ela e outros nove profissionais selecionados pela Santa Sé, que participará pela primeira vez da Bienal, estão projetando uma pequena igreja inspirada na Capela no Bosque, criada em 1920 pelo arquiteto sueco Gunnar Asplund e instalada no Cemitério de Estocolmo. Segundo Carla, a ideia da construção totalmente aberta, com apenas quatro vigas formando duas cruzes, é dar a impressão de que a pequena igreja pode “aparecer” e “desaparecer” em determinados momentos, dependendo dos reflexos do sol e das árvores. “Faz as pessoas pensarem na filosofia do que existe e do que não existe”, pontou. O projeto da arquiteta e urbanista busca a integração harmônica entre as águas e as árvores de Veneza, com a vegetação do entorno integrada à capela e a visão do céu representando o teto.

Ilustração do projeto da capela [Imagem: Divulgação/Carla Juaçaba]

Além da brasileira, arquitetos e urbanistas de todas as partes do mundo devem compor o pavilhão do Vaticano na Bienal. Entre os selecionados estão os premiados com o Pritzker Eduardo Souto de Moura (Portugal) e Norman Foster (Inglaterra), além dos sul-americanos Smiljan Radic (Chile) e Javier Corvalán (Paraguai). Também participam do grupo Flores & Prats (Espanha), Francesco Celini (Itália), Sean Godsell (Australia), Andrew Berman (Estados Unidos) e Teronobu Fujimori (Japão). A curadoria ficou a cargo de Francesco Dal Co, crítico e historiador de arquitetura e desde 1996 editor da revista Casabella.

Segundo a arquiteta e urbanista, o projeto de sua pequena igreja já saiu do papel e começou a ser arquitetado. A capela de Carla Juaçaba e também dos outros nove profissionais serão construídas na região da Ilha de San Giorgio Maggiore, ao lado de uma basílica projetada pelo arquiteto italiano Andrea Palladio. Após o fim da Bienal de Veneza, que ocorrerá entre os dias 26 de maio e 25 de novembro, elas serão desmontadas e reconstruídas em cidades atingidas pela série de terremotos no centro da Itália.

Leticia Szczesny/Assessoria de Imprensa – FNA