A adoção de boas práticas pelos sindicatos de arquitetos e urbanistas, incluindo estratégias para otimizar os custos das estruturas, foi o tema central de oficina realizada durante o evento Encontros Regionais, organizado pela Federação Nacional dos Arquitetos e Urbanistas (FNA), na tarde desta sexta-feira (13/4), em Brasília. “Houve uma quebra profunda no poder de arrecadação das estruturas sindicais”, disse o palestrante Roberto Miguel de Oliveira, da direção da CUT-DF e da CUT nacional, referindo-se às mudanças decorrentes da reforma trabalhista. Segundo o sindicalista, atualmente, ocorre um “desmembramento das entidades sindicais”. Diante deste cenário, é preciso aumentar o grau de sindicalização. “Precisamos pensar na unificação e na regionalização dos nossos sindicatos”, avalia. Quem mediou o debate foi o arquiteto e urbanista Eduardo Bimbi, ex-presidente da FNA.

A presidente do Sindicato dos Arquitetos no Estado do Rio Grande do Sul (Saergs), Maria Teresa Souza, apresentou alguns exemplos de boas práticas que vêm sendo adotadas pela entidade. A dirigente falou da necessidade de buscar novas fontes de recursos e de reduzir custos. Diante desta nova realidade, o acompanhamento rigoroso dos custos passou a ser uma rotina. “Estamos rediscutindo o modelo”, comenta. Uma alternativa encontrada pelo Saergs para contornar o cenário de queda da arrecadação com a CSU foi a elaboração de projetos para inscrição em editais de patrocínio do Conselho de Arquitetura (CAU) e de outras instituições. Tal medida prevê o repasse de recursos para a execução de iniciativas que vão ao encontro de ações necessárias para chamar a atenção da importância da atuação dos sindicatos.

Segundo Maria Teresa, a oferta de cursos para os arquitetos e urbanistas e a ampliação dos convênios também são fontes de recurso. Uma das opções em análise pela diretoria é o compartilhamento da sede com outra entidade. A dirigente ressalta, ainda, a importância de os diretores estarem presentes nos sindicatos para participar dos atendimentos a profissionais “para que as pessoas enxerguem o sindicato vivo”.

A arquiteta e urbanista Andréa dos Santos, diretora financeira da Confederação dos Trabalhadores Técnicos e Universitários (Confetu), reforçou a necessidade de fortalecer a atuação sindical. Entretanto, a dirigente concorda que as estruturas atuais, cada vez mais enxutas, dificultam este avanço. “Temos que voltar a ganhar a sociedade para os sindicatos voltarem a ser instituições respeitadas”, refletiu Oliveira. “É um processo difícil, mas temos um compromisso de seguir nesta luta e buscar a sustentabilidade dos sindicatos”, finalizou Andrea.

Foto: Carolina Jardine