O Brasil tem seis instituições de ensino entre as 10 primeiras do ranking de 2018 das melhores universidades da América Latina elaborado pela revista britânica Times Higher Education. Na lista, a Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) e a Universidade de São Paulo (USP) estão, respectivamente, em primeiro e segundo lugar, mesmas posições que ocupavam no levantamento de 2017. Foram avaliadas 129 instituições de 10 países na América Latina e no Caribe.

Também aparecem entre as 10 melhores a Universidade Federal de São Paulo (Unifesp), em 4º; a Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro (PUC-Rio), em 7º; a Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), em 9º, e a Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), em 10º. As outras instituições entre as 10 primeiras são do Chile, do México e da Colômbia. No total, o Brasil tem 43 universidades representadas na lista, ante 32 do ranking de 2017.

Entre os critérios de avaliação, a THE considera 13 indicadores de desempenho, como qualidade do ensino e da pesquisa, publicação de artigos científicos, transferência de conhecimento e o grau de internacionalização das universidades. Esses indicadores são agrupados em cinco critérios gerais, com pesos diferentes: ensino (ambiente de aprendizagem; 36%), pesquisa (volume, recursos e reputação; 34%), citações (influência da pesquisa; 20%), perspectiva internacional (equipe, alunos e pesquisa; 7,5%) e renda vinda da indústria (transferência de tecnologia; 2,5%). Considerando-se apenas o critério de pesquisa, a USP é a melhor colocada no ranking geral. No quesito ensino, a Unifesp lidera a lista.

Em comparação ao levantamento do ano passado, o ranking de 2018 apresenta 49 instituições a mais. “Várias universidades latino-americanas notáveis não aparecem no ranking porque não optaram por não fornecer dados para a pesquisa”, pondera a THE.

Para o presidente do CAU/SP, José Roberto Geraldine Junior, rankings de ensino superior como os da THE devem ser analisados com cautela, principalmente no caso dos cursos de graduação em Arquitetura e Urbanismo, pois podem não refletir com precisão a qualidade da formação oferecida nas universidades brasileiras. Isso porque essas classificações costumam dar grande peso para o desempenho na área de pesquisa, observa Geraldini. “Muitas instituições privadas que têm qualidade de ensino reconhecida não aparecem tanto nos rankings, pois recebem menos recursos para aplicação em pesquisa”, diz.

Para facilitar a avaliação da qualidade das universidades, o CAU/SP e o CAU/BR aprovaram em junho um memorando de entendimento a fim de criar um sistema de acreditação para os cursos de Arquitetura e Urbanismo em São Paulo – o estado reúne cerca de 170 instituições de ensino superior que oferecem graduação na área. O projeto de acreditação prevê a adesão voluntária das universidades para a certificação de qualidade acadêmica. “Com isso, teremos um novo indicador que a sociedade e o mercado poderão consultar para saberem sobre a qualidade das instituições”, diz Geraldine.

Confira as instituições brasileiras incluídas no ranking e as respectivas posições:

  1. Universidade Estadual de Campinas (Unicamp)
  2. Universidade de São Paulo (USP)
  3. Pontifícia Universidade Católica do Chile
  4. Universidade Federal de São Paulo (Unifesp)
  5. Instituto Tecnológico e de Estudos Superiores de Monterrey (México)
  6. Universidade do Chile
  7. Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro (PUC-RJ)
  8. Universidade de Los Andes da Colômbia
  9. Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG)
  10. Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS)

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