Reunidos em Curitiba (PR), representantes de sindicatos de arquitetos e urbanistas participaram de oficina para debater o papel dos sindicatos profissionais no estimulo à Assistência Técnica para Habitação de Interesse Social (Athis). A ideia é que a própria FNA e os seus sindicatos fomentem oportunidades de ação para os profissionais, sejam elas por meio de escritórios populares ou de incentivo a políticas públicas voltadas ao atendimento das demandas por assistência técnica. As diretrizes apresentadas resultam de encontro iniciando no mês de novembro de 2018, ainda durante o 42º ENSA, em Brasília. O evento foi realizado na tarde de sexta-feira (05/04).

A oficina foi coordenada pelo presidente do SASP, Maurílio Chiaretti, e pelas arquitetas e urbanistas Taiane Beduschi e Karla Moroso, do escritório de Porto Alegre (RS), Ah! Arquitetura Humana, que ainda conta com a participação da arquiteta e urbanista Paola Maia.

A abertura do evento foi realizada pelo presidente da FNA, Cicero Alvarez, que ressaltou a parceria entre a federação e o CAU/PR na promoção do debate sobre assistência técnica. Anfitriã das oficinas, a presidente do CAU/PR, Margareth Menezes, enalteceu o papel das entidades sindicais e salientou que ele transcende a ação de relações trabalhistas, mas deve ganhar novas utilidades.

Foto: Carolina Jardine

Chiaretti indicou tendências e oportunidades para o financiamento da atividade em assistência técnica. Ele lembrou que, em São Paulo, as iniciativas vêm ocorrendo com apoio do Banco do Povo, principalmente pela demanda do próprio banco em garantir maior orientação técnica e gestão para as obras dos projetos financiados. A ideia é que, no futuro, a demanda pelo serviço de assistência técnica surja da própria sociedade, fortalecendo a função social do arquitetos e urbanistas.

Em seguida, os representantes dos sindicatos expuseram a realidade da aplicação da Athis em suas regiões. Segundo Karla, a dificuldade para operacionalização de projetos é unânime nas diferentes regiões do país, e, todas elas precisam de estratégias concatenadas e coletivas de ação. Entre os pleitos recorrentes está a necessidade de prospectar recursos para viabilizar pagamento de honorários justos aos arquitetos e urbanistas que atuam com a Athis. Um dos pedidos pontuados durante a reunião foi que o percentual de aporte de recursos do CAU para Athis seja elevado de 2% para 10%.

Ao fim da programação, foram formados grupos de trabalho para discutir as cinco diretrizes que foram apresentadas pela Federação durante o ENSA, em novembro de 2018, o objetivo é avaliar os avanços e os gargalos durante esses quatro meses. Além de firmar a Athis como política de Estado e apoiar a estruturação de escritórios de Athis nas duas diversas modalidades, a federação tem mais três diretrizes: promover, articular e aproximar atores de rede da rede de Athis; promover a capacitação de profissionais para Athis e sensibilizar o poder público e a população a ser atendida. Nesse sentido, a FNA em com o CAU/PR realizou uma palestra com o engenheiro e estudioso das desigualdades Eduardo Moreira. O evento foi realizado na noite de sexta-feira (05/04), na Capela Santa Maria (Rua Conselheiro Laurindo, 273, Centro), em Curitiba/PR