A Federação Nacional dos Arquitetos e Urbanistas (FNA) conclama os profissionais a se mobilizarem ao longo do mês de março junto aos demais movimentos populares em defesa dos trabalhadores e de suas organizações.

A FNA repudia veementemente a convocação e participação do presidente da República em atos públicos realizados no último dia 15 clamando pelo fechamento do Congresso Nacional e do Supremo Tribunal Federal.

Tal ação vem ao encontro dos interesses dos mesmos grupos que perpetraram o golpe de Estado de 2016 e forjaram a vitória do atual governo nas urnas por meio da prisão ilegal do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. A política desses setores é de ataque aos direitos do povo, da destruição da Saúde e da Educação públicas, de desmonte do Estado, de entrega de nosso patrimônio comum nas mãos de poucos. Parte desse processo é a extinção das organizações populares, inclusive os sindicatos, as federações, a própria CUT, reduzindo a capacidade de reação do povo brasileiro à sucessão de ataques que vêm sofrendo daqueles grupos ligados ao Capital externo.

Em meio à pandemia de coronavírus, em cujas portas nosso país se encontra, o presidente da República e seu grupo estimularam aglomerações de pessoas em todo o Brasil, contribuindo para acelerar a disseminação do agente patogênico – contrariando as recomendações da Organização Mundial de Saúde e do próprio Ministério da Saúde. Como se sabe das experiências na China e Itália, um aumento rápido no número de casos leva a uma sobrecarga do sistema de saúde do país, resultando em até duas vezes e meia mais mortes. A responsabilidade por tais mortes repousará sobre os ombros do presidente da República – ele mesmo um provável portador do vírus.

Entendendo que as ações do presidente da República aqui descritas constituem crimes de responsabilidade graves, a FNA soma-se à Central Única dos Trabalhadores (CUT) e às demais centrais sindicais na demanda expressa às forças democráticas institucionais que tomem as medidas legais cabíveis necessárias à sua própria existência e a garantir que todo poder emane do povo e seja exercido em seu nome.

A FNA reforça que está pronta a trabalhar junto às demais organizações dos trabalhadores pela necessária mobilização nos locais de trabalho e nas comunidades. Se a necessidade de proteção da população, frente à pandemia que nos assola, impede a realização de atos e encontros, não impede a difusão de informação, a conscientização, as necessárias paralisações. Por meio da própria organização popular dá-se o verdadeiro combate contra a ameaça de uma ditadura e cerceamento da democracia.

Nesse sentido, a FNA conclama arquitetos e urbanistas a se unirem às diversas iniciativas locais de organização, num grande movimento nacional de lutas, por políticas públicas e pela derrubada da Emenda Constitucional EC-95/2016, que limita os investimentos em direitos básicos da população – inclusive na Saúde Pública tão necessária nesse momento. Estaremos mobilizados em defesa dos serviços públicos, dos empregos, dos direitos, da democracia e pela educação.

Para o mês de março, tais mobilizações já foram iniciadas no dia 8, por ocasião do Dia Internacional da Mulher. Seguiu-se o registro de dois anos do brutal assassinato de Marielle Franco e Anderson Gomes, no dia 14. A vereadora do Rio de Janeiro foi importante ativista do direito à cidade, e relembrar sua trajetória é empunhar suas bandeiras de luta.

A CUT e demais centrais sindicais convocam ainda paralisação em todo o Brasil na quarta-feira, dia 18. Trata-se da mais importante contraposição da classe trabalhadora aos ataques perpetrados por este governo contra os direitos do povo, ao desmonte do Estado brasileiro, à entrega de nosso patrimônio ao capital especulativo.

Juntemo-nos aos que lutam por nossos direitos! Luta é todo dia!

 

Foto: Oatawa/IStock