O arquiteto italiano Vittorio Gregotti, que desenhou o Centro Cultural de Belém, morreu este domingo em Milão, onde estava hospitalizado por causa do coronavírus. Considerado um mestra da arquitetura moderna italina tinha 92 anos. Segundo o Corriere della Sera, estava internado na clínica San Giuseppe, onde a sua mulher ainda está internada com a mesma doença. Gregotti, que nasceu em Novara, na região de Piemonte, criou o seu atelier Gregotti Associati International em 1974, depois de ter sido aluno do arquiteto Ernesto Nathan Rogers. Em 1975 foi curador da Bienal de Veneza, a primeira em que a arquitetura surgiu como “uma extensão do setor das Artes Visuais”.

O Centro Cultural de Belém começou a ser construído em 1988, para acolher, em 1992, a presidência portuguesa do então Conselho das Comunidades Europeias, durante o governo de Aníbal Cavaco Silva. O projeto definitivo, dos arquitetos Vittorio Gregotti e Manuel Salgado, foi decidido no início de 1988 e foi muito contestado pela escolha da localização, junto ao Mosteiro dos Jerónimos, monumento do século XVI classificado Património Mundial pela UNESCO, devido às linhas despojadas e monolíticas escolhidas para o edifício. Simplicidade, organização e precisão são três vetores apontados aos projetos com a assinatura de Vettorio Gregotti. Além do CCB, entre os projetos mais importantes que assinou estão o plano de desenvolvimento do distrito de Bicocca, em Milão, e o teatro lírico de Aix-en-Provence (França). O seu último trabalho foi a renovação do Teatro Fonderia Leopolda em Follonica, na Toscânia. O seu atelier foi ainda responsável por projetos como o Estádio Olímpico de Barcelona ou o Teatro degli Archiboldi, em Milão.

Fonte: Diário de Notícias